E, correndo adiante, subiu a uma figueira brava para o ver; porque havia de passar por ali.
E, CORRENDO ADIANTE, - Esforço de desvincular-se do envolvimento menos feliz, cultivado no tempo, através do empenho de afirmação em novo piso. Neste caso, a atitude de correr à frente, é fato perfeitamente válido e indispensável. É a projeção da mente a desprender-se da acomodação e dos condicionamentos, visando esboçar os novos quadros, a serem preenchidos gradualmente em passos naturais, em meio às experiências e oportunidades, segundo as concessões divinas.
Digna de nota a diligência de Zaqueu, adotando presteza e celeridade, ante a aproximação de Jesus. Não podia o publicano de Jericó, perder o precioso momento de visualizar o Mestre.
De outro lado, num mundo de agitações, como o de hoje, é imperioso cuidar-se quanto ao encaminhamento das decisões e atitudes de cada instante, a fim de que não se confunda determinação com precipitação.
Quantas vezes, por falta de discernimento, penetramos terreno a dentro das irreflexões, elegendo posturas inadequadas na moldura da ansiedade, da aflição ou da pressa sistematizada, gerando desequilíbrios e alimentando uma visão distorcida do ritmo evolutivo.
SUBIU A UMA FIGUEIRA BRAVA PARA O VER; - Figueira brava ou sicômoro. Estranho o fato de um chefe de publicanos e rico subir numa árvore em plena via pública à vista de todos. Contudo, para ver Jesus, só sacrificando conceitos e preconceitos, a fim de quebrarmos a sequência de permanência na horizontalidade milenar.
Muito simbólica a circunstância de ser uma figueira brava. O p ropósito de visualizar Jesus, por parte de Zaqueu, exigiu a providência de elevar-se acima do nível do chão.
Empenhados no mesmo sentido, vimo-nos convocados à mesma iniciativa. Sendo o sicômoro árvore de pouca expressão produtiva, rejeitada por sua ineficiência, faz-se retratada hoje nas pessoas, situações e coisas, consideradas alienadas e mesmo desprezadas no contexto a que estamos ajustados.
Nas linhas do conhecimento espiritual, passam a ser aceitas e estimadas como instrumentos válidos e preciosos no encadeamento dos fatos que nos dizem respeito, desde que saibamos adotar os crivos da compreensão, da paciência e do entendimento.
Na face interna do ser, pode-se ver nessa árvore a soma dos vícios e imperfeições a que devemos sobrepor com os lances seguros da sensibilidade e da determinação. No convívio com os ensinamentos do Cristo, nos será possível neutralizá-los em meio aos acontecimentos do diaa -dia, no trabalho perseverante que nos cabe empreender no Bem de todos.
PORQUE HAVIA DE PASSAR POR ALI. - Onde quer que o Espírito se encontre encarnado ou desencarnado - chega sempre a hora de Jesus passar perto. Na verdade, o Senhor está junto de todos. A questão não é propriamente de local, mas de estado de alma que nos credencia ver o grande Amigo da Humanidade. As circunstâncias dependem do livrea rbítrio, boa vontade, evolução, sensibilidade e discernimento.
Consubstancia tal passagem a presença de um amigo, de uma criança, de um enfermo, de um livro, mesmo de um fato, ou seja, tudo quanto possa movimentar o espelho da mente na direção de novos sistemas de vida.