Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.
– As afirmativas no Evangelho, precedidas da locução Na verdade, na verdade te digo expressam, não apenas a autenticidade das palavras do Cristo, mas também, evidenciam de modo inequívoco que, o registro que está sendo trabalhado se fundamenta nas bases do equilíbrio universal.
A verdade, refletida com toda a intensidade na pessoa do Cristo, guarda fidelidade com a própria Lei, a manifestar-se com plenitude em todas as faixas da evolução.
O verbo é, sem dúvida, o instrumento revelador da verdade de cada um. Na medida que o ser busca identificar-se com as fontes mais evidentes da realidade espiritual, as suas palavras passam a ser atestado fidedigno da Justiça e da Verdade que cultiva.
Em se tratando do Cristo, Mestre por Excelência de toda a Humanidade, a verbalização atinge amplitude inimaginável, de vez que, cada palavra veiculada, cada atitude, cada expressão trazem conteúdo didático e reservas vibratórias que tangem as necessidades mais diversificadas daqueles que O buscam como sustentáculo na caminhada libertadora.
QUE AQUELE QUE NÃO NASCER DE NOVO, - A resposta a Nicodemos permite avaliações da maior transcendência para a movimentação espiritual do ser. Numa das poucas colocações do Mestre, é utilizada a forma negativa.
Se algo ainda permanecesse em Nicodemos, quanto aos pontos de correlação de Jesus com Deus, a afirmativa do Cristo, oferecia possibilidade de uma tomada clara e decisiva de consciência, com vista ao entendimento de como se opera o progresso do ser em sua evolução.
Definia Jesus que, sem nascer de novo, ou seja, reencarnar, retomar as experiências na carne, não nos seria possível identificar os parâmetros existência de Deus e de Sua Presença, dentro de nós. Dava a entender, ainda, com sabedoria e de modo indireto, que nas recapitulações reencarnatórias o Ser deverá empenhar-se em favorecer, o nascimento de uma nova mentalidade positiva e gratificante que responderá no devido tempo, aos anseios de felicidade.
NÃO PODE VER O REINO DE DEUS. - A afirmativa não pode ver o reino de Deus., é incisiva e restritiva. Somente pela assimilação de recursos que a reencarnação proporciona, estará a criatura capacitada a visualizar padrões que lhe assegurarão o avanço no rumo do equilíbrio e da paz.
Ao tempo em que os reingressados na carne somam conteúdo cada vez mais expressivos, de outro lado, são eles geradores de estados de saturação sempre que insistimos na cristalização de hábitos escravizantes, elegendo a rotina que acabará um dia convocando o Espírito a novas reflexões redirecionadoras do destino.
Ao longo das experiências reencarnatórias, fica ao alcance de todos, trabalhar a própria sensibilidade, a fim de enxergar, com maior clareza, os fatores da libertação. Na falta de tal discernimento, por desinteresse ou acomodação, os próprios acontecimentos e circunstâncias da vida virão, no encadeamento da Lei de Ação e Reação, incliná-lo à percepção de tais caracteres geradores de conhecimento e de segurança. Importante ter-se em conta que na busca de afirmação, ver será sempre o primeiro passo.