Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais?
SE VOS FALEI DE COISAS TERRESTRES, E NÃO CRESTES, - Sabia Jesus, ao prometer o Consolador, o quanto estava reservado a todos nós, somente possível de incorporar-se quando se abrissem as válvulas da maturidade.
Caberia à Nova Mensagem, clarear cérebro e coração para as verdades que, devidamente assimiladas, garantiriam o erguimento do ser para novos conhecimentos, predispondo-o para o grande porvir.
Na medida em que componentes vão sendo acionados, a mente discernida extrapola dos limites rígidos de objetividade tradicional, lançando-se aos planos mais ampliados da evolução, num anseio natural crescente de aprimoramento inestancável.
A fé até então imposta como dogma, ao sabor do constrangimento religioso, se estende para um sentido racional, consciente ajudando-nos, no alcance de outros ângulos, no empenho de crescimento.
O domínio interior dos valores espirituais surge, projetando-nos para um grau de confiança, plenamente sustentado pelo raciocínio e pela lógica, em perfeito ajuste com o piso do sentimento, onde a fé, efetivamente, se assenta.
Avaliando a extensão de nossas deficiências, depreendemos que os conhecimentos em suas expressões transitórias, não apenas se circunscrevem ao terreno físico mas, também, como ocorria a Nicodemos, permanecem a testar o próprio nível de confiabilidade. O que descrê sofre, estaciona-se; o que conhece e crê, projeta-se.
COMO CREREIS, SE VOS FALAR DAS CELESTIAIS? - A assertiva expressa segurança e sabedoria do Mestre. Procurando favorecer a capacidade perceptiva de Nicodemos para as questões espirituais, Ele aponta a fragilidade de entendimento de muitos, até mesmo para as questões de cunho estritamente materiais. Mesmo assim, muitos empreendem-se com aprofundamento nos terrenos dos valores transitórios. Ante a impossibilidade de prosseguir, a inteligência se sensibiliza pela manifestação do sentimento e busca percorrer outros caminhos.
Nada obstante, o papel dos reveladores que, em enfoque de natureza espiritual, apontam a grande Mensagem de libertação, permanece, como decisão de cada qual, sob a égide do Criador, abrir-se ou não, para as lutas do Espírito em foro de imortalidade. A partir daí, torna-se compreensível o fato de os benfeitores identificarem os nossos mais íntimos pensamentos e concepções, bem como, avaliarem com toda exatidão, o grau de conhecimento, fé e capacidade assimilativa que já portamos. Natural, portanto, Jesus saber até onde ia a possibilidade de assimilação de Nicodemos, quanto aos padrões celestiais.