Luz Imperecível

CAPÍTULO 199

LEI DE AMOR



Jo 8:5


E na lei nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu pois que dizes?

E NA LEI NOS MANDOU MOISÉS - A Lei a que os escribas e fariseus se referem é a que está contida em Levítico: Também o homem que adulterar com a mulher de outro, havendo adulterado com a mulher do seu próximo, certamente morrerá o adúltero e a adúltera. (LV 20:10) . Observemos que houve intenção maliciosa por parte dos escribas e fariseus. Dentro da Lei, deveriam apresentar o homem e a mulher. Aqui os homens se arvoram em aplicadores da Lei, se esquecendo de que, perante Deus, ambos têm os mesmos direitos e obrigações.

A Lei, segundo nos revelou Moisés, permanece inexorável e irrevogável, seja qual for o grau de conhecimento e de conquistas morais adquiridos pela individualidade. No entanto, os ângulos de sua aplicação se sublimam e interiorizam-se na medida em que tal caminhada se concretiza.

O que ontem era objeto de rígida observância, apenas no contexto da vida de relação, é hoje, à luz do Amor e da Verdade, identificado também, e principalmente, na intimidade do próprio ser que, ante a Lei de Causa e Efeito, recebe, em quaisquer circunstâncias, os resultados de suas ações, quer positivas ou negativas, consoante a afirmativa do Cristo: . E então dará a cada um segundo as suas obras. (Mt 16:27) .

QUE AS TAIS SEJAM APEDREJADAS. - O apedrejamento era o modo ordinário de aplicar a pena capital pela lei dos hebreus.

As testemunhas punham as mãos sobre a cabeça do criminoso em sinal de que sobre ele repousava o crime (LV 24:14) . Para melhor cumprirem o solene dever, despojam-no das vestes (At 7:58) . A primeira testemunha o atirava ao chão de cima de um tablado de dez pés de altura; a segunda testemunha atirava-lhe a primeira pedra sobre o peito, do lado do coração. Se esta não lhe dava a morte, as pessoas presentes à execução completavam a dilapidação. Depois da morte, costumavam dependurar o corpo até o fim do dia, ou queimavam-no. Uma lei posterior proibia que o cadáver fosse depositado no túmulo da família. A execução fazia-se fora dos muros da cidade.

Levaram-na até Jesus porque queriam testá-lo. Ora, se estivessem mesmo firmes com relação à Lei de Justiça implantada por Moisés, já a teriam executado.

Hoje não temos quem nos apedreje, mas uma consciência que nos acusa. E não podemos fugir ao resgate inadiável, para o nosso próprio bem.

TU POIS QUE DIZES? - Desejavam no caso saber a opinião do Mestre já que a Sua mensagem propugnava o Amor e o Perdão. Muitos, às vezes, querem o nosso parecer. Se aconselhamos o melhor, mas contrário aos seus propósitos, não nos ouvem. Se damos um conselho menos conveniente, acatam-no e se julgam menos responsáveis. Por isso, é imperioso pensar bastante, antes de externarmos o nosso ponto de vista. t odos têm o direito de perguntar o que quiseram. peçamos a Deus para só respondermos de modo proveitoso para todos.

Na análise de fatos e situações que nos é dado observar, qual tem sido a posição de nossa consciência, hoje clareada pelas luzes do Evangelho?

Somos ainda os juízes implacáveis em relação aos outros e complacentes para conosco?

Estaremos, ainda, apegados aos padrões de julgamento com nossas medidas, quando o próprio Mestre, reconhecendo as posições diferentes de cada um na escala evolutiva, registra para o nosso entendimento: Vós julgais segundo a carne, eu a ninguém julgo, (Jo 8:15) .