Luz Imperecível

CAPÍTULO 32

ACESSÓRIO E ESSENCIAL



Mt 6:25


Por isso vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem, quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestido?

POR ISSO VOS DIGO: NÃO ANDEIS CUIDADOSOS - Novamente, o ensino do Mestre convoca-nos à separação do essencial e do acessório. Os cuidados que elegemos costumam expressar antes que atendimento aos valores efetivos, simples manifestações de práticas ou posições às vezes exageradas ou mesmo dispensáveis. Lógico que para educarmo-nos, efetivamente, necessitamos eleger cuidados específicos para que sejam atingidas as metas propostas. Dentro destes costumes cabe-nos adotar o critério da seleção, verificando até onde cada hábito se justifique. No caso em pauta temos valiosos apontamentos sem os quais acabamos por tumultuar ou onerar a vida sem quaisquer razões justas.

QUANTO À VOSSA VIDA, - A vida no enfoque da soma de experiências, estende-se à coletividade, gerando situações, conquistas e redirecionamento dentro de muitos temas. No entanto, em se tratando dos elementos espirituais, mais do que nunca ela se volta à própria individualidade.

Cada ser deve, na medida que cresce, examinar os elementos de que se utiliza para manter-se. Jesus evidenciando tal fato, esclarece o papel que aqui veio desempenhar, buscando abrir em toda a sua abrangência, a ótica de percepção do equilíbrio, consoante sua afirmativa eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância. (Jo 10:10) .

PELO QUE HAVEIS DE COMER OU PELO QUE HAVEIS DE BEBER;" - Existir é realidade indiscutível.

Dentro da existência cabe-nos-eleger a vida que represente toda a diligência e misericórdia do Criador em nos dotar desta faculdade. Para tanto é inarredável elegermos sistemas que assegurem a sua manutenção.

Alimentando-nos a nível biológico, espiritual ou moral, cabe-nos selecionar os valores que assegurem o atendimento das necessidades, segundo metabolismo adequado. O texto nos mostra tal fato como condição indispensável a assegurar o tônus vivificante que nos é dispensado.

Adotando discernimento, escolheremos, sem apreensões ou exageradas preocupações a alimentação que se faz necessária. No plano físico, o mínimo a proporcionar o entretenimento das células. No plano moral, o pão, consubstanciado no próprio Cristo, a garantira harmonia e a paz da consciência. Aprendemos com Ele que a sustentação da vida é algo imperioso.

NEM, QUANTO AO VOSSO CORPO, PELO QUE HAVEIS DE VESTIR. - O corpo representa o templo a abrigar o espírito em suas linhas evolutivas.

Através dele interagimos no contexto a que nos ajustamos. E, por ele recolhemos elementos de sensibilização e de indução para o nosso crescimento. Cuidar dele será sempre medida indispensável se quisermos garantir seu equilíbrio, a fim de atender aos nossos anseios. No entanto, se o corpo relativamente à veste é o componente essencial, vale atenção no sentido de mantermos discernimento para que o revestimento não venha abafar a importância do instrumento encarregado de assegurar a manifestação da vida. No foro íntimo, mais que a vestidura das palavras, vige o corpo de ideias, conhecimento e propostas que cultivamos.

NÃO É A VIDA MAIS DO QUE O MANTIMENTO, E O CORPO MAIS DO QUE O VESTIDO? - A conclusão trazida pelo Mestre é de um significado da maior transcendência. Em todos os tempos os homens vêm se digladiando sobre as presas de ressonância periférica. Ainda hoje, os fatos se perpetuam. Quantas vezes desajustamos o íntimo no atendimento de valores exteriores e, até mesmo, dispensáveis.

Induzindo-nos à reflexão, o Cristo como Mestre, e no pleno respeito ao patamar em que ainda nos situamos, faz-nos ponderar, sem maiores complexidades, quanto a grandeza da vida e da importância inestimável dos veículos que garantem a sua plena manifestação.