Luz Imperecível

CAPÍTULO 63

CASA MENTAL



Mt 12:44


Então diz: voltarei para a minha casa donde saí. E, voltando, acha-a desocupada varrida e adornada.

ENTÃO DIZ: VOLTAREI PARA A MINHA CASA DONDE SAÍ - O ato de dizer define a atitude pessoal e dá início à ação. Nesta hora, exterioriza-se a reflexão do Espírito. Os movimentos das imagens do campo mental estão sempre presentes e anseiam o repouso dentro de um plano de fixação. Para que as insinuações do retorno a antigos sistemas não venham a ter êxito, necessário se torna posição definida e firme por parte do aprendiz.

Voltarei para minha casa donde saí é condição presente e atuante das cargas de pensamentos e hábitos, que o processo reeducativo expulsou do centro das nossas cogitações atuais, e que anseiam retornar às antigas posições.

É para esse fato, lógico e natural, que Jesus endereça os imperativos vigiai e orai. Obviamente, e por extensão, nos é possível identificar companhias anteriormente ligadas, sob regime de obsessão simples ou complexa, a espreitarem antigos hospedeiros, na ânsia de reeditarem quadros de dor e sofrimento.

E, VOLTANDO, ACHA-A DESOCUPADA, VARRIDA E ADORNADA. - e voltarei insinuava propósito, voltando já é a consolidação efetivada pela falta de vigilância e segurança. O espírito não fica entregue a raciocínios e reflexões. Ele pode voltar mesmo. E isso ocorre com quase todos. Indispensável é pois, perseverar no Bem para que a porta da casa mental, neste caso, esteja fechada, impossibilitando a sintonia com motivos negativos e entidades ainda gravitando em faixas de desequilíbrio.

À medida que nos identificamos com os padrões superiores, vamos criando recursos a nos protegerem das investidas infelizes, impedindo que sejamos achados desocupados e potencialmente predispostos aos envolvimentos trevosos. Ainda que, em função da Lei de Causa e Efeito, possam remanescer situações ou vinculações inoportunas, o estado positivo, a confiança em Deus e a esperança em dias melhores, assegurarão, a curto ou médio prazo, o equacionamento das dificuldades e o domínio da paz e da felicidade que todos almejamos.

A ociosidade mental, evidenciada na casa desocupada, é a grande germinadora de processos mórbidos, de quistos espirituais a exigirem terapias dolorosas de longo curso e nem sempre aceitas de bom grado por quantos possam vir delas necessitarem.

A varredura é providência que limpa o ambiente das sujidades acumuladas. É base, sem dúvida, de bem-estar, de repouso. À limpeza deve seguir-se a organização objetiva para a funcionalidade de qualquer ambiente. Se, varremos a casa íntima dos detritos acumulados no tempo, é imperioso organizá-la, distribuindo e ajustando peças funcionais e agradáveis, de modo a assegurar recursos adequados e objetivos para o Espírito em crescimento. Adorná-la apenas, pode sugerir exterioridade, em detrimento da essencialidade.

Mesmo em uma casa material, desocupada, varrida e adornada, somos levados quase sempre a entrar e ficar. A imagem é notável e sábia.

Todo adorno é enfeite. Vivemos com ou sem ele. Um cadáver muito bem enfeitado não deixa de ser cadáver. O adorno é sempre externo. Quase sempre tem o objetivo de revestir.

Sob o enfoque espiritual, o enfeite será sempre o revestimento vibratório a refletir o campo interior.

Se nos é lícito cultivar valores que possam tornar mais agradáveis o ambiente psíquico em que vivemos, é válido atentar para um sem número de elementos em nossa área, que nada mais expressam senão, o vazio ou a pouca objetividade de propósitos.