E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na Terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.
E EU TE DAREI AS CHAVES DO REINO DOS CÉUS; - Singular, porque será conquistado por cada um, mediante o seu empenho pessoal. Futuro, porque uns já conseguiram; outros estão obtendo; outros ainda farão por merecer. As chaves representam o livre-arbítrio, que se pode usar para o bem ou para o mal, mas que, ante o que aprendemos, deve ser utilizado somente para edificação, isto é, para a conquista do reino dos céus, que sabemos não vem com aparência exterior, já que se encontra no íntimo das criaturas, dependendo apenas de ser construído e resguardado.
Consubstanciam, também, toda a gama de valores que, gradativamente, pelo novo direcionamento do campo mental rumo aos planos superiores, o aprendiz vai conseguindo reunir ao longo do caminho que elegeu para sua afirmação no Bem.
E TUDO O QUE LIGARES NA TERRA SERÁ LIGADO NOS CÉUS, - Os valores apreendidos e que se constituem nas chaves que nos foram conferidas por Jesus, agora na forma de entendimento maior, quando aplicados com discernimento, terão suas repercussões, indiscutivelmente, no Plano Maior. A utilização inadequada, no entanto, terá como consequência, a tempo certo e segundo as leis que nos regem, frustrações e desequilíbrios, pelo que não podemos descuidar da vigilância, amplamente recomendada pelo Cristo.
E TUDO O QUE DESLIGARES NA TERRA SERÁ DESLIGADO NOS CÉUS. - Aqui vigora o mesmo princípio anterior. Os termos ligar e desligar expressam-se com toda clareza. O mal escraviza, prende, limita, reduz; o Bem liberta, expande, dinamiza. A luta no plano físico, quando desenvolvida de forma consciente, é uma esteira de vinculações e desvinculações, a partir da disposição de sequenciar, sem cansaço, o processo reeducativo.
Só assim, o ser conseguirá, eximir-se das amargas e dolorosas cirurgias de separações ou de aproximações, quer intimamente, quer no plano da convivência a que esteja sujeito sob o jugo da Lei de Causa e Efeito.
Se a Justiça impõe-se à revelia do ser, o Amor concede à criatura a faculdade de ligar e desligar em termos de pensamentos, palavras e ações, na busca de seus objetivos maiores com o Cristo.
As limitações, que o plano físico impõe, se transubstanciam em abençoada oportunidade de a criatura adotar, no alicerce da espontaneidade, constante ação renovadora, elegendo para seu espírito imortal a vida que Jesus reserva àqueles que conseguem perceber Nele a essência sublimada de Cristo, Filho do Deus vivo.