Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos, que lhe devia cem dinheiros, e, lançando mão dele, sufocava-o, dizendo: Paga-me o que me deves.
SAINDO, PORÉM, AQUELE SERVO, ENCONTROU UM DOS SEUS CONSERVOS, - Partindo para novas experiências, lançamo-nos confiantes, tocados pelas vibrações do perdão, na busca do melhor aproveitamento da chance que se renova. agora é natural e necessário o reencontro com os valores, paisagens, criaturas, com quem outrora nos ligamos. São estas que se caracterizam como conservos, de quem nos reaproximamos, nos tratos do dia a dia, nos processos reencarnatórios como familiares, colegas, amigos. Criados com ele, em idêntica situação, são estes conservos também devedores na procura de soluções para seus problemas.
Quantas vezes numa empresa, por exemplo, nos esquecemos de que somos servidores iguais aos outros? Com os mesmos anseios, com as mesmas necessidades de serenidade, de entendimento.
QUE LHE DEVIA CEM DINHEIROS, - Vivendo em sociedade, na permuta de caracteres no recolhimento de novos padrões, somos também defrontados por aqueles companheiros a quem devemos e outros de quem somos credores. A vigilância e a capacidade de aplicação dos ensinamentos evangélicos não podem estar ausentes como direcionadores na busca das metas. O perdão, presente em novo ensejo de trabalho, pelo retorno à vida física, sublima-se no relacionamento com esses entes que esperam, de nós, a mesma benevolência que o Credor Maior teve e tem tido para conosco, criaturas grandemente endividadas nos séculos vivenciados.
E, LANÇANDO MÃO DELE, SUFOCAVA-O, - Sufocar significa reprimir, dificultar, inutilizar. Imobilizado ninguém conseguirá pagar àquele a quem deve, portanto, não é pressionando aqueles de quem somos credores que lhes ofereceremos condições de se quitarem.
A ausência do perdão tem sido, no decorrer dos séculos, o acumulador de dores e aflições. Nas expressões reencarnatórias e, especialmente nos vínculos da parentela. No seio da família é natural a reaproximação de companheiros endividados entre si, no convite da providência ao entendimento e equacionamento das diferenças. E, uma vez vitoriosa a compreensão, refletirá esta, em favor de nós mesmos, o progresso que se estende nas bases da tolerância e do esquecimento, na edificação do equilíbrio interior.
DIZENDO: PAGA-ME O QUE ME DEVES. - Cobrando, esqueceu depressa como havia sido perdoado e que também era devedor, não de 100 d inheiros, mas de 10000 talentos.
Ante o ato de cobrar, não podemos nos esquecer de que quase sempre somos devedores maiores e encontramo-nos na condição de perdoados ou em simples moratória.
Partindo o perdão da Misericórdia do Pai, pela nova oportunidade que nos concede, caberá a cada um que a usufrui, adotar, por sua vez, na extensão de reciprocidade, generosidade, compreensão e paciência perante aqueles que lhes devem. Só assim, estaremos conquistando o perdão definitivo, consoante o que nos esclarece o próprio Mestre: E p erdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores. (Mt
Esse o funcionamento da autêntica mecânica do perdão.