Então o seu companheiro, prostrando-se a seus pés, rogava-lhe, dizendo: Sê generoso para comigo, e tudo te pagarei.
ENTÃO O SEU COMPANHEIRO, PROSTRANDO-SE A SEUS PÉS, - Nesta hora, o companheiro, conservo, age com reverência e humildade como ele, o servo-credor, fizera anteriormente com o seu Senhor. Se antes o sevoc redor prostrara, angariando generosidade, e na pauta da misericórdia conseguiu o seu intento, agora o devedor, perante ele, também se curva a seus pés em total submissão, no aguardo de sua decisão favorável. São esses devedores que, na posição de subalternos, social, psicológica, intelectual ou fisicamente, participam de nossa convivência e que, muitas vezes em silêncio, anseiam por uma atitude compassiva para com eles.
ROGAVA-LHE, DIZENDO: SÊ GENEROSO PARA COMIGO, E TUDO TE PAGAREI. - Se, apelando para a generosidade do Senhor, prometendo liquidar de futuro os compromissos, fomos agraciados com o perdão, da mesma forma esperava o nosso credor reagíssemos frente aos irmãos em humanidade.
No caso em questão, o tudo te pagarei do devedor equivale à fração mínima, 100 dinheiros, frente ao montante de nossos débitos acumulados, generosamente relevados pelo Pai, 10000 talentos.
A parábola aplicada por Jesus é de importância enorme para quem, efetivamente, deseja inteirar-se acerca dos sistemas vigentes na relação entre os seres, com vista à evolução. Compromissos, favores, acertos, débitos e créditos vigem para além dos interesses sociais, mantendo vinculações ou promovendo desvinculações, em expressivo jogo de interesses em que, cada qual atua projetando positiva ou negativamente os valores incrustados em seu Espírito imortal. É por esses relacionamentos que vamos aprendendo a exercitar os caracteres da bondade, do perdão, da solidariedade, da tolerância e da generosidade que, no fundo, constituem magníficas oportunidades de alcançarmos mais altos degraus na escalada do progresso.