Respeita a opinião dos amigos e examina judiciosamente o que eles falam. No entanto, não te detenhas nas opiniões alheias, partidas dos julgamentos convencionais da multidão.
O respeito humano e a hipocrisia lhes dão vigor e força que, todavia, não te podem atingir.
Por ajudar a todos, indiscriminadamente, chamar-te-ão tolo.
Por confiar em Deus, desassombradamente, considerar-te-ão ingênuo.
Por amar muito e com abnegação, nomear-te-ão como fraco.
Cultivando a misericórdia em nome do Céu, apontar-te-ão como imbecil.
Exercitando a previdência em favor de ti mesmo e dos outros, identificar-te-ão por velhaco.
Ensinando a verdade e vivendo-a, repelir-te-ão como fanático.
Serve e persevera, mesmo que a multidão escarnecedora se volte contra o teu trabalho.
Sorri e passa embora identificando a zombaria em derredor.
Não deixarás de ser prudente porque te ignorem o equilíbrio.
Não serás menos sábio se não te constatarem a lucidez.
Embora essas vozes não te considerem o culto à família, o respeito às Leis e a submissão a Deus com o amor ao próximo, examina-lhes as instruções verbais. São elas que discursam e escrevem sobre direito e dever, justiça e trabalho, moral e fé, cultura e ciência.
Os seus líderes envergam fardões reluzentes e traçam normas de conduta para épocas demoradas, imortalizando os nomes em letras de forma. O culto, porém, à vaidade, não lhes permite praticar o que ensinam.
O excesso de palavras com que adornam as linhas essenciais, matam o espírito e desacreditam, no íntimo deles, a legitimidade do que asseveram.
Continua, confiante!
As opiniões são ornamentos dispensáveis. Só a ação reta, incessantemente praticada, ensinar-te-á com proveito as lições dos deveres perante o Pai Celestial.
Não te canses com eles, nem os hostilizes.
Nem irritação, nem desalento. Todos os servidores fiéis do bem, sem razão de ser, foram vítimas do desdém, do sarcasmo e do reproche, nas opiniões do povo...