No Limiar do Infinito

CAPÍTULO 20

JESUS E AÇÃO



Em todo o seu ministério, por duas vezes apenas, o Senhor se preocupou com o alimento material para aqueles que O buscavam, nas inesquecíveis horas da pregação.

Em ambas utilizou-se dos recursos parafísicos da Sua extraordinária força, na condição de Sublime Organizador da Terra...

Sempre esteve voltado para a problemática espiritual da criatura humana, sem dúvida, a de real importância.

Mesmo quando os discípulos demandavam às cidades para a aquisição dos mantimentos materiais indispensáveis, Ele permanecia pelas cercanias, onde dava curso ao relevante ministério da Vida Eterna.

Numa dessas ocasiões, chamou o moço rico e com ele dialogou docemente, despertando-o para as legítimas posses e virtudes, aquelas que não são tomadas, nem se perdem ante a injunção da morte.

Noutra vez acercou-se do poço de Jacó e pediu água a uma mulher que não lh’a podia dar, mas que recebeu, em troca, a linfa pura e viva, que a dessedentaria para todo o sempre...

Sua preocupação precípua foi para com o espírito imortal, fonte donde nascem todas as necessidades, aspirações e conquistas...

Depois que ressuscitou, uma única vez, com o fim de auxiliar os discípulos inquietos, mandou Pedro atirar as redes para a esquerda e estas se repletaram de peixes, ameaçando de soçobro pela quantidade a leve e frágil embarcação.

Sem cessar, jamais deixou de oferecer em abundância o pão do espírito às massas esfaimadas e necessitadas.

Sua misericórdia vigilante sempre esteve doando...


Atendeu aos corpos enfermos, no entanto, libertando-os das atrozes mazelas, admoestava aos doentes quanto à conduta que deveriam manter a fim de que lhes não

retornassem os problemas agravados.

Socorreu, generoso, os portadores das ultrizes aflições morais, todavia, pulcro, recomendou-os se liberassem das imperfeições e torpezas, de modo que lhes não sucedessem males maiores.

Libertou alienados em grave desalinho mental, da hospedagem de inditosos perturbadores, que os vampirizavam e sem embargo, concitou os pacientes a que não volvessem às conjunturas de sombras donde ora se evadiam...

Foi, no entanto, na mensagem de esperança que a Sua palavra se eternizou.

O pão e o peixe nutrientes atenderam por momentos às necessidades materiais.

As afecções, infecções e alienações passaram...

As pústulas morais cicatrizaram e os seus portadores foram vencidos pela voragem dos anos...

Suas palavras de vida eterna, entretanto, perduram como a luz dos séculos, apontando rumos, guiando vidas durante já dois mil anos transcorridos e ainda pelo porvir em fora.

Não te esqueças da conduta do Mestre.

Conviveu com os menos favorecidos, dialogou com os mais perturbados, recebeu os portadores de sérias dificuldades, esteve cercado pelos problemas mais chocantes, porém não se fez menor, nem vulgar, nem mesquinho, não se apequenou, não se ensoberbeceu, não se colocou em posição que os humilhasse.

A todos ajudou erguendo-os à montanha da esperança, ao lar da bênção e ofertando-lhes, num momento, a expressão de plenitude que lhes estava reservada, com que os motivava para os cometimentos libertadores.

Ninguém lhe ficou à míngua de ternura nem de consideração.

Inimigos gratuitos, adversários contumazes do bem, sofistas levianos, frívolos afoitos cercaram-nO em acirradas batalhas, sem que Ele deixasse de colocar nas suas almas espúrias a presença da Sua integridade e nas sombras íntimas em que se debatiam as estrelas fulgurantes do Seu reino de excelso amor...

No entanto, foi julgado arbitrariamente, condenado por blasfêmia, ante a declaração da verdade e colocado na cruz reservada pelos romanos aos escravos impiedosos e subversivos...

Nunca se queixou, não acusou não se defendeu.

Os séculos, porém, exaltaram-nO.

... Ainda não é integralmente compreendido, e demorará um pouco, a fim de que o seja.

Não te escuses de segui-Lo.

Doa o pão, serve a água pura, oferece o agasalho, oferta o medicamento — conforme Ele recomendou.

Não te esqueças, porém, nunca, de O seguir e lecioná-Lo para os que sofrem.

O pão nutre agora, mas a palavra de vida eterna sustenta para sempre.

O agasalho guarda o corpo nu por hoje, porém a armadura da fé resiste aos tempos.

A linfa dessedenta num momento, entretanto a água viva faz que cesse a sede que nasce do coração.

O medicamento resolve o problema da saúde por algum tempo, todavia a salutar terapêutica da prece e da irrestrita confiança em Deus preservará o equilíbrio da mente e da alma, do corpo, portanto, para sempre, mesmo nas circunstâncias mais adversas.

Não te descoroçoes ante o ministério do ensino evangélico, nem o postergues a pretextos aparentemente justos.

A palavra evangélica e espírita é cimento de luz para a construção do altar do bem e templo da felicidade humana para todo o sempre.

Jesus e ação!

Sobretudo, promove as lições vivas da Sua mensagem sempre atual para arrancar o homem do báratro a que se arroja e levantá-lo aos cimos e cumeadas da ventura sem jaça e da felicidade sem sombras, sem dor, sem receios, sem morte...

Sobrepondo à matéria o espírito prega, ama, ensina, ajuda e vive o Cristo quanto te seja possível, a fim de que Ele viva em ti e já não sejas tu quem vivas, porém Ele, como proclamou o Apóstolo da gentilidade, ao lograr a perfeita sintonia com o Senhor de Nossas Vidas.

Por que o amor?