Fenômeno perfeitamente natural em todo empreendimento superior, é a presença periódica da dificuldade, gerando insegurança e temor nos lidadores de fé menos robusta.
É compreensível que tais ocorrências procedam da própria ação que desenvolve o campo de realizações, exigindo maior soma de devotamento geral quanto de esforço no trabalho.
Observa-se, porém, em inúmeros grupos de atividade cristã, que a presença do problema, ao invés de unir os obreiros em tomo da obra, propiciando-lhes mais expressiva soma de dedicação e fidelidade ao ideal abraçado, separa-os, divide-os, numa reação oposta ao que deveria suceder.
Quando vicejam os chamados aos testemunhos, as defecções se fazem mais numerosas, chegando, às vezes, à debandada quase geral; alarga-se a área da maledicência insana, auxiliando a irrupção de bolsões onde medram a falsidade e a hipocrisia; desvelam-se os inimigos do bem que, embora agasalhados sob a árvore da beneficência, por orgulho ou presunção, desejam vê-la talada; comenta-se, com irreverência, a dominação do campo de edificação por parte das Entidades perversas; reunem-se os temerosos, que se dispõem a abandonar o serviço, para apresentar justificativas, transferindo para os outros, já sobrecarregados de aflição, as responsabilidades da sua instabilidade emocional...
Cada qual observa um poliedro com a capacidade óptica de que dispõe e nem sempre abrangendo-o de um só golpe.
A verdadeira união dos membros em qualquer empresa constitui desafio importante.
Nem mesmo no colégio apostólico, onde se reuniam os elegidos pelo Senhor, se pôde lograr tal êxito.
Não atribuas os sofrimentos morais no teu trabalho, nem as fugas espetaculares ao dever, à simples ingerência dos Espíritos perseguidores, senão à fraqueza moral de cada um, embora a influência negativa daqueles que, nos fracos, encontram a sintonia para a sua ação mefítica.
Não consideres sob abandono divino o teu labor, se visitado por sofrimentos e sob os camartelos da luta áspera, em considerando que o próprio Jesus não esteve indene à ação difícil, apesar de, em constante e plena sintonia com o Pai.
A árvore batida pela tempestade enrija as fibras, da mesma forma que o cristão experimentado na dor, mais sábio e forte se toma.
Quando crucificado, Jesus parecia, mesmo aos olhos dos Seus discípulos, o supremo fracassado e vencido... Quase todos eles se entregaram ao desânimo e aos comentários amargos, à decepção e à revolta, rememorando os fatos recentes com olvido de todos os extraordinários acontecimentos que anteciparam a tarde do Calvário...
^o silêncio e no trabalho perseverante.
Não lamentes os que param, os-que se mudam, os que te não compreendem.
Cumpre com o teu dever em reta consciência e sê aquele que não deserta, que não lastima, que não queixa nunca, ciente que após o teu calvário íntimo, a ressurreição gloriosa é a etapa feliz imediata que esplenderá em bênçãos de libertação.