Transformam-se em consumidores da mediunidade, convertendo-a em objeto.
Pretendem manejar os Espíritos ao próprio talante.
Requerem atendimento a necessidades de vária procedência, normalmente de secundária importância, a que dão valor primordial.
Esperam revelações bombásticas em tomo do próprio passado, sem excogitarem da situação e possibilidades que desfrutam no presente.
Comprazem-se em profetismo irrelevante, mesmo que se não cumpram tais arremedos precognitivos.
Aspiram por soluções fáceis para as embaraçosas situações que geram, por insensatez ou descaso, para com os deveres mais altos.
Desejam assessoria e acompanhamento espiritual constituídos por Entidades veneráveis, embora o comportamento pessoal deixe muito a desejar.
Carregam problemas que não querem resolver, mas requerem que sejam equacionados pelos Mentores, a pequeno esforço pessoal.
Anelam por dispor de médiuns infalíveis para as frivolidades e coisas falíveis.
Precipitadamente combatem a face religiosa do Espiritismo, afirmando-se cientistas e amantes da feição cultural, experimental da Doutrina Espírita.
Felizmente não constituem a generalidade dos que investigam, nobre e conscientemente, a mediunidade.
Não os censuramos, por tal comportamento.
Cada Espírito é livre em si mesmo, no pensar, como no agir.
A maturidade ou infância espiritual de cada homem responde pelas suas preferências, sendo lícito o comportamento que melhor condiz com a sua situação evolutiva.
Estão, porém, confundidos, no que tange à interpretação dos fins da mediunidade, quanto dos objetivos do Espiritismo.
A feição moral da mensagem espírita ressalta da própria informação mediúnica, dando ênfase aos valores éticos conforme as diretrizes evangélicas, que não devem ser relegados a plano secundário.
Demonstrada a imortalidade da alma, é natural considerar-se o seu estado moral, sua situação evolutiva, como se sente — se feliz ou desventurada —, do que decorre todo um processo filosófico de comportamento existencial, em que a própria vida se estrutura.
Injustificável ignorar-se os efeitos das atitudes, quando em contato mediúnico com os Espíritos.
São ditosos ou infelizes em decorrência da vida que se permitiram.
A morte não os modificou.
Um pouco de reflexão convida a quem com eles dialoga a resultados de profundidade, retirando proveito e linhas de ação para si mesmos.
Resguarda tuas faculdades mediúnicas das investidas insensatas.
Impõe-te a coerência haurida na Doutrina, não te submetendo a essas estranhas investigações, que disfarçam mesquinhez e desconsideração pela imortalidade.
Reserva as tuas forças psíquicas para o superior trabalho do bem, com vistas ao progresso espiritual do próximo, teu irmão.
São insaciáveis, esses companheiros, e estão em toda parte, ora dizendo-se cépticos, noutros momentos afirmando-se interessados.
A morte os surpreenderá, quando menos esperem, e terão ensejo de constatar, por experiência pessoal, o que agora não querem considerar.
... E retornando à Terra, pela bênção da reencamação, certamente virão com faculdades mediúnicas, talvez atormentados, refazendo o caminho e crescendo em experiência, qual ocorre contigo, no rumo do equilíbrio e a da paz.