“Porque nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar dele.” — PAULO (1tm
Não encarceres o próprio espírito no apego aos patrimônios transitórios do Plano Material que, muitas vezes, não passam de sombra coagulada em torno do coração.
Observa o infortúnio de quantos se agrilhoaram à paixão da posse, nos territórios do sentimento.
Muitos não se contentaram com a própria ruína, convertendo os semelhantes em vítimas dos desvarios a que se confiaram, insanos.
Supunham-se donos das criaturas que amavam e, ante os primeiros sinais de emancipação a que se mostraram dispostas, não vacilaram em abatê-las sob golpe homicida.
Julgavam-se proprietários absolutos de bens passageiros e transformaram as lágrimas dos órfãos e das viúvas em cadeias da fome e vínculos da morte.
Presumiam-se mandantes exclusivos da autoridade e fortaleceram o império da violência.
Superestimavam os próprios recursos e, enceguecidos na megalomania do poder transviado, agravaram, junto de si, os perigos da ignorância e os processos da crueldade.
Todos eles, porém, dominados pelo orgulho, despertaram, desorientados e infelizes, nas trevas que amontoaram em si mesmos, com imenso trabalho a fazer para a própria libertação.
Usa as possibilidades da vida, sem a presunção de te assenhoreares daquilo que Deus te empresta.
Nessa ou naquela vantagem efêmera, que te felicite o caminho entre os homens, recorda, com o apóstolo Paulo, que os Espíritos reencarnados não trazem consigo quaisquer propriedades materiais para este mundo e manifesto é que nenhuma delas poderão levar dele.
(Reformador, setembro 1962, página 194)