“Tenha a paciência a sua obra perfeita.” — (Tg
Detém-te um minuto no torvelinho das preocupações costumeiras e repara que deves o próprio equilíbrio à Paciência Divina, a sustentar-nos em cada instante da vida, através de mil modos.
Muita gente, talvez, em te fitando na ternura do recém-nato, duvidasse da tua capacidade de sobreviver para a existência terrestre, mas Deus teve paciência contigo e conferiu-te o devotamento materno que te ajudou a ativar as energias do próprio corpo.
Entendidos de psicologia, em te anotando a intempestividade infantil, provavelmente desconfiaram da tua possibilidade de alfabetização, mas Deus teve paciência contigo e concedeu-te a heroica ternura de professores abnegados que te abriram novos horizontes no campo da educação.
E a paciência do Senhor, cada dia, permite, generosa, que tales plantas inermes, que te assenhoreis do suor e do sangue dos animais, que te apropries das forças da Natureza e que te valhas, indiscriminadamente, do concurso dos semelhantes para que te alimentes e mediques, restaures e instruas.
Lembra-te dessa Paciência Perfeita que te beneficia, e cultiva paciência para com os outros.
O companheiro cuja aspereza te ofende e o aprendiz cuja insipiência te irrita, são irmãos que te rogam cooperação e entendimento, e quantos te caluniem ou apedrejem são doentes que te pedem simpatia e consolo…
Mas para que colabores e compreendas, harmonizes e reconfortes é necessário que a tolerância construtiva te alente os passos.
À frente dos óbices de todo gênero, guarda a paciência que ajuda, e, diante dos ataques de toda ordem, cultiva a paciência que esquece.
Escuda-te, pois, na paciência para com todos, sem jamais te esqueceres de que a alegria dos homens é a Paciência de Deus.
Reformador, maio 1959, p. 98.