“Procura apresentar-te a Deus, aprovado como obreiro que não tem de que se envergonhar…” — PAULO (2tm
Digna de registro a observação do apóstolo Paulo a Timóteo, sobre a melhor maneira de mostrar-se a Deus.
Contrariamente à inquietação de muitos religiosos do mundo que aspiram ao supremo destaque espiritual, o amigo da gentilidade, cuja fé amadurecera em ásperos testemunhos de sofrimento, não recomenda ao discípulo qualquer aquisição de atributos especiais.
Não lhe pede entretecer láureas de herói para a cabeça e nem lhe aconselha demandar o excelso encontro, alardeando certidões de santidade.
Não articula regras, a fim de que se sobreponha à presença dos outros e nem lhe traça penitências ou rituais, tendentes a bajular a Paternidade Divina.
Roga-lhe simplesmente viver de tal modo que possa comparecer, diante de Deus, na posição do trabalhador de reta consciência, honrado nas obrigações bem cumpridas.
Se queres, por tua vez, atingir a Esfera Superior, para compartilhar as alegrias dos que se identificaram com o Infinito Amor, não te percas em fantasiosa expectativa de imunidade perante a Lei.
Atende, cada dia, aos deveres que a vida te prescreveu, leal ao serviço e à paciência, e estejamos convencidos de que a mais alta forma de apresentar-nos à Providência será sempre a do obreiro honesto, aprovado na tarefa de que foi incumbido e que nada tenha de que se envergonhar.
(Reformador, março 1963, página 52)