Diretrizes Para o Êxito

CAPÍTULO 1

A PEDAGOGIA DE JESUS



Renovam-se, periodicamente, no mundo, os métodos pedagógicos, em razão da conquista do conhecimento nas suas diferentes áreas.

Nos últimos anos, a valiosa contribuição da Psicologia infantil abriu espaços para mais profundo e claro entendimento em torno das possibilidades de aprendizagem da criança, ensejando novas técnicas para a educação.

Merecem especial destaque o Relatório Jacques Delors, encomendado pela UNESCO, que trata dos quatro pilares de uma educação para o século 21 e, posteriormente, a proposta do eminente educador francês Edgar Morin, através dos expressivos sete saberes necessários a educação do futuro.

Estruturada a técnica dos quatro pilares no autoconhecimento do aprendiz e nas lições que se lhe fazem ministradas, esses pilares são programas propostos da seguinte forma: Aprender a conhecer, Aprender a fazer, Aprender a conviver, Aprender a ser.

Em uma análise cuidadosa, descobre-se que esses valores encontram-se na pedagogia de Jesus, porquanto a Sua preocupação constante era a da autoiluminação daqueles que O buscavam.

A Sua é uma mensagem incessantemente fundamentada no conhecimento que liberta e conduz, retirando o ser da ignorância e descortinandolhe os horizontes infinitos do progresso espiritual que lhe está destinado.

Jamais atendeu a quem quer que fosse, que lhe não oferecesse a diretriz para o conhecimento de si mesmo, para que depois pudesse entender o seu próximo, passando a amar a Deus.

Por outro lado, nunca tomou o fardo das aflições dos outros, ensinando cada qual a carregar a sua cruz, conforme Ele o faria mais tarde, até colocá-la no Gólgota.

Apontava diretrizes e induzia a criatura a segui-las fazendo a sua parte, porquanto, cada qual é responsável por tudo aquilo que se lhe torna necessário.

Estimulando ao progresso, dignificou o trabalho, informando que o Pai até hoje trabalha e que Ele mesmo também estava trabalhando.

Os Seus eram sempre relacionamentos edificantes, nos quais o Bem mantinha predominância, impossibilitando a distensão dos prejuízos da maledicência, do ódio, dos rancores, dos ciúmes, das disputas insensatas.

Com Ele a convivência é aprendida, mediante o resultado do exercício da tolerância que leva a fraternidade, do auxílio recíproco dignificador da espécie humana.

Jamais abriu espaço para a ociosidade, sugerindo que o Reino dos Céus fosse conquistado a esforço, iniciando-se o seu labor na busca interna, superando os impedimentos apresentados pelas paixões dissolventes.

Nunca deixou de valorizar a realidade espiritual de Si mesmo, induzindo os Seus discípulos e todos os aprendizes a descobrirem a realidade de que eram constituídos.

Afirmou, taxativo: Eu sou a luz do mundo, Eu sou a porta das ovelhas, Eu sou o pão da Vida, Eu sou o Caminho da Verdade e da Vida, Eu sou a luz do mundo...

Vós sois de baixo, eu sou de cima, vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo.

Vós sois o sal da Terra...

Incessantemente convidava os Seus ouvintes ao auto-conhecimento, para que se tornassem cartas vivas do Evangelho.

As multidões, ávidas de amor, de paz, de pão, de saúde, sempre buscavam o Mestre na expectativa de terem as suas aflições resolvidas.

No tumulto, ao qual se entregavam, as suas eram aspirações imediatistas, necessidades consideradas básicas, porque referentes aos problemas que as afligiam naquele momento.

Portador de incomum sabedoria, Ele entendia que não se pode falar de paz a pessoas atormentadas pelo estômago vazio de pão, nem discorrer sobre felicidade enquanto elas estorcegavam em dores rudes...

Desse modo, sempre acendia a solicitação mais inquietadora, abrindo espaço emocional para ampliar a consciência e ensejar a realização do bem-estar.

Socorria a problemática e elucidava quanto ao impositivo de mudança de comportamento para melhor, de forma que depois não acontecesse nada mais grave.

Essa recomendação, que sempre coroava os atos de recuperação da saúde e do refazimento moral que tomam conta das paisagens humanas, objetivava demonstrar que os sofrimentos são resultado da ignorância das Divinas Leis, da sua má interpretação ou da sua aplicação indevida e perversa, portanto, do uso prejudicial que delas é feito.

A única maneira, portanto, de recuperar-se o faltoso é por meio do refazimento da experiência, da retificação dos erros, da saudável conduta mental e moral que se permita.

Assim sendo, tornou-se o Pedagogo por excelência, não apenas ensinando a conhecer, afazer, a conviver e a ser, mas, sobretudo, demonstrando que Ele o realizava.

Vivenciou tudo quanto ensinou, comportando-se como modelo imprescindível a lição ministrada.

Jamais desmentiu pelos atos o que lecionou por palavras.

O Seu é o ministério do exemplo, da ternura, do amor e da compaixão.

Comovendo-se com as criancinhas que O buscavam, usou de severidade com os fariseus, os doutores e os legistas, sem, no entanto, os ferir ou malsinar.

Era necessário usar de energia, a fim de que se libertassem da hipocrisia que se lhes tornara habitual e constatassem ser Ele o Messias esperado, embora não aceito.

O ser humano está destinado às estrelas, apesar de ainda fixar-se ao solo do planeta em que se encontra evoluindo, mergulhado mais em sombras do que banhado pela alvinitente luz da sabedoria.

Contempla os horizontes fulgentes, fascina-se, e não tem coragem de romper com os impedimentos que o detêm na retaguarda dos entardeceres melancólicos.

Ouve e lê os ensinamentos de Jesus, no entanto, aferra-se ao imediatismo da organização material, optando pela ilusão da carne, sem a coragem para desvencilhar-se dos seus elos retentores.

Lentamente, porém, a pedagogia de Jesus desperta-o para novo entendimento da Vida e dos objetivos existenciais, auxiliando-o a descobrir a felicidade que não se compadece com as sensações angustiantes do primarismo.

Como sábio mestre, Ele espera que os Seus aprendizes se resolvam por segui-lo, tomando da charrua e não mais olhando para trás, já que o campo íntimo a joeirar é muito grande e a sementeira faz-se desafiadora.

Conforme prometeu, enviou posteriormente os Seus mensageiros, a fim de que despertem as consciências e repitam Suas lições, porque toda aprendizagem exige exercício, repetência, de forma que se fixem por definitivo nos painéis da memória, transformando-se em conduta salutar.

Se já sentiste a mensagem de Jesus, ouvindo-a, lendo-a, auscultando-a no coração, não te detenhas.

Aproveita este momento importante e deixa-te penetrar por ela, a fim de que a tua seja uma aprendizagem valiosa, que te facultará a alegria de viver, liberando-te das causas das aflições e emulando-te ao crescimento interior incessante.

Melhor pedagogia do que a dEle não existe, pois que vem atravessando os dois milênios já transatos com superior qualidade de orientação.

Este é o teu momento de realmente aprenderes a viver, sofrimentos são resultado da ignorância das Divinas Leis, da sua má interpretação ou da sua aplicação indevida e perversa, portanto, do uso prejudicial que delas é feito.