A tristeza que se te insinua, dominando, a pouco e pouco, as paisagens vivas da tua existência, é sinal de alarme a que deves dar atenção. Ela resulta dos fenômenos contemporâneos do medo e da ansiedade que vives na conjuntura evolutiva. Necessitas observálos sob uma óptica profunda, de modo a erradicar-lhes as causas, liberando-te da sua constrição.
O medo, até certo ponto, é uma reação natural ante o desconhecido e se expressa de variadas formas no cotidiano.
A iminência cie um acontecimento desagradável; a surpresa em uma situação que parece insustentável; a expectativa por uma resposta que talvez seja negativa fazem-se acompanhar de um receio normal, que se pode transformar em ansiedade controlada.
O medo do escuro, de fantasmas, de tragédias revela vinculação com o período infantil, do qual o indivíduo ainda não se libertou, e que deve superar através da afirmação pessoal advinda da lógica, da razão e do esforço para o amadurecimento emocional.
Referimo-nos, no entanto, a este receio que aumenta e exorbita, levando a estado de quase paroxismo, em decorrência dos acontecimentos de pequena monta ou de expectativas que produzem taquicardias, sudorese abundante, colapso periférico, expressando o desequilíbrio psicológico.
Passada a crise, advêm os efeitos em forma de melancolia, de depressão, caminhando para os estados mais graves.
É nesta fase que o organismo se torna mais susceptível à instalação de doenças psicossomáticas, tais os distúrbios digestivos, as úlceras, os problemas cardíacos...
A ansiedade pode manifestar-se de maneiras diversas e é responsável por muitos outros males que afetam a saúde e o bemestar pessoal.
A mais excelente terapia contra o medo e a ansiedade é a irrestrita confiança em Deus, que criou a vida com objetivos elevados.
A dor não é de origem divina. Tem raízes na rebeldia humana.
Quando aparece noutras espécies de seres, é fenômeno degenerativo dos corpos que devem passar por transformações inevitáveis.
A confiança em Deus, igualmente, deve ser racional e não uma herança psicológica, sem estruturação na experiência dos fatos que nos demonstram a Sua realidade.
Compreendendo que a finalidade da vida é o bem, o homem dáse conta de que é o responsável por tudo quanto lhe acontece, portanto, cabendo-lhe trabalhar com afã para produzir causas cujos resultados felizes o alcançarão mais tarde.
Isto posto, adquire a certeza de que somente lhe acontece aquilo que é necessário para a sua evolução, deste modo equipando-se de valores ético-morais para enfrentar as enfermidades, os dissabores, os insucessos, com coragem, eliminando o medo e vencendo a ansiedade patológica.
Reflexiona com calma a respeito do medo e seus sequazes.
Busca-lhes as causas e passa-as pelo crivo da razão, intentando penetrar nos seus fundamentos. Eles podem ter raízes em problemas morais e espirituais do passado.
Sejam, porém, de que ordem forem, exercita-te, mentalmente, nos processos para a sua eliminação.
Ora a Deus, entregando-te a Ele em atitude dinâmica, sem os prejuízos de uma beatitude inoperante.
Dispõe-te a enfrentar qualquer situação com o pensamento otimista. Se o resultado for negativo, considera-o valioso pela experiência que te advirá.
Medita com calma a respeito de tua existência, permitindo-te crescer emocionalmente.
Libera-te da compressão da posse, treinando solidariedade e caridade.
Recorda-te que nunca estás a sós; que ninguém vive em solidão, exceto aqueles que se encerram no egoísmo, na depressão...
Mesmo estes, estão acompanhados por Espíritos que lhes compartem a casa mental, a emoção perturbada.
Faze a experiência de te brindares com o bem e constatarás que medo e ansiedade alguma resistem ao amor que provém do Infinito Amor, assim libertando-te da tristeza e do sofrimento injustificado.