Momentos de Iluminação

CAPÍTULO 5

IDADE NÃO CRONOLÓGICA



Atua é a idade espiritual que te assinala a evolução, refletindose no teu comportamento emocional e intelecto-moral.

As novas experiências te ensejarão retificação de conduta, se equivocada, burilamento interior e ampliação das possibilidades inesgotáveis que jazem adormecidas.

A idade cronológica vale pelas conquistas logradas, pelos relacionamentos adquiridos, pela responsabilidade, liberdade e plenitude que consigas interiormente.

O homem do mundo, gozador, sem maiores aspirações, estabelece períodos em que a vida parece-lhe adquirir significado, programando-se para essa fase que, ultrapassada, se lhe apresentará depois como tendo sido de breve duração.

Os anos dourados, demitizado o período juveni1, são os de todas as idades, cada uma delas assinalada pelas suas próprias características. O encanto da infância prolonga-se pelo verdor da adolescência e suas aspirações chegam à idade da razão enriquecidas de conhecimentos e valores éticos, programadores da velhice iluminada pela harmonia e bem-estar.

As atividades que tiveram curso durante a existência culminam na terceira idade, plena de sabedoria e realizações, atuando em favor dos cometimentos eternos, transcendendo ao período em que se esteja vivendo na Terra.

Assim, não são importantes a época e o momento que se vivem, senão pela forma como se os estão utilizando, de que maneira, se produtiva ou geradora de conflitos.

Cada dia oferece nova oportunidade de autorrealização, de avaliação de atitudes, com os seus correspondentes comportamentos, saneadores do mal e estimulantes para o Bem.

O indivíduo deve adquirir a percepção de si mesmo, a fim de bem situar-se em qualquer época e lugar, sem desperdício de tempo ou perda da ocasião de integridade real no espírito da vida.

Não se alienando, participa das lutas e atividades do momento como da coletividade, sem desorganizar os seus programas íntimos, podendo manter as suas opções como forma de, respeito a si mesmo, ao seu grupo social e à vida.


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Há quem estabeleça em qual idade irá ser feliz, perdendo todas as ensanchas de sê-lo a cada momento. Mais tarde, passará a sofrer de neurose depressiva, em razão de não a haver fruído suficientemente, deixando-se consumir pelo conflito de que já não pode desfrutar o que perdeu ou não dispor mais de forças para repetir a façanha...

Acumula, então, recordações tristes e nega-se a novas alegrias, anulando os valores que possui, enquanto desenvolve conflitos cada vez mais destrutivos.

Cada fase da vida tem os seus percalços e as suas bênçãos. Vivêlos com empatia e entusiasmo é a atitude de quem já amadureceu emocionalmente.

A vida não se detém e o tempo não se interrompe, queira-se ou não. Isso é inexorável.

Pode-se ser pleno na infância e imaturo na idade da razão.

O desenvolvimento dos valores éticos e emocionais não deve cessar nunca, interrompendo-se o homem na marcha que o leva a alcançar mais altos e expressivos índices de conhecimento, de vivência, de atividade.

Assim, o objetivo é viver com consciência criativa, sinceridade e bondade no coração, tornando a existência um hino de louvor que não deve cessar nem mesmo com a morte corporal.


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Não consideres instáveis estes tempos, ante o programa que estabeleceste para a tua autorrealização.

Se não dispões de amor e coragem para sobrepô-los às circunstâncias de tempo e lugar não estás edificando para o porvir.

Seja qual for a tua idade cronológica, concede-te viver o encanto e a beleza próprios, que lhe são inerentes, aplicando os teus recursos nas metas psicológicas e espirituais que deves atingir.

A tua idade ideal é aquela que te propicia mais amplas possibilidades de autodescobrimento, de autoiluminação e de serviços em favor do bem geral.

Esta idade são todas as idades do teu ser eterno.