Atitudes Renovadas

CAPÍTULO 28

ESTRESSE E DOENÇAS



Nunca será demasiado repetir-se que a problemática de qualquer natureza, na área da saúde, é sempre defluente das estruturas morais de cada ser humano, em relação às suas experiências evolutivas logradas ao largo das sucessivas reencarnações.

Sem dúvida, a hereditariedade, a contaminação pelos agentes destrutivos, os transtornos de conduta desempenham papel relevante na temática. Mesmo esses, porém, ressumam dos arcanos do ser imortal, que os acumula em formas de conflito, de tormentos interiores, de culpa, geradores das doenças que lhes correspondem às ações danosas anteriormente praticadas.

O ser humano, conforme os estudos complexos da psicanálise, experimenta o seu primeiro trauma após a libertação do claustro materno, quando se iniciam os enfrentamentos existenciais. Antes, tudo era segurança, automatismo, desenvolvimento espontâneo, passando, depois, a constituir desafio para a sua aquisição, desde o ato da amamentação até os demais que são basilares para o prosseguimento da vida.

Logo depois, à medida que a criança se vai libertando da mãe, a angústia de separação produz-lhe sofrimento, enquanto os instintos em predominância passam a experimentar impedimento de expansão, em face das leis e estatutos morais que regem as sociedades e que vão sendo recalcados no inconsciente, a fim de poder-se viver em harmonia, no grupo onde cada um se encontra.

Os instintos de autodefesa, de sobrevivência, sendo controlados pela educação, não raro, dão lugar à insegurança, à desconfiança nos relacionamentos, porque constituídos de força, na qual o ser deposita as suas reservas de coragem para os enfrentamentos.

As faculdades psíquicas em desenvolvimento, assim como as emocionais, a fim de manterem o equilíbrio com as funções orgânicas devem trabalhar em harmonia, de modo que a homeostase se dê naturalmente, sem ocorrência de conflito nas suas respectivas áreas, o que produz saúde.

Nada obstante, os impulsos violentos que trabalham pela preservação da espécie, as ambições pelo prazer e pelo poder, produzem estados de alerta contínuo na psique, pela provável ocorrência de reais ou imaginárias ameaças que poderiam produzir-lhe destruição e morte.

Nessa situação de expectativa, o organismo enriquece o sangue com as catecolaminas, sendo as mais comuns a adrenalina e a noradrenalina, para os impulsos de avanço, de reação normal de defesa, para, logo depois, produzir descargas de cortisol, que relaxam e produzem a ação do medo, do recuo...

Fosse tal ocorrência um fenômeno de rara frequência, e não haveria maiores prejuízos para os organismos físico e emocional. A constância, no entanto, através da repetição tormentosa, torna-se devastadora para o ser, que passa a experimentar taquicardias, problemas estomacais, intestinais, arteriais...

Em assim ocorrendo, as enfermidades instalam-se com facilidade.

Os débitos morais que enfraquecem as resistências espirituais, nessa situação, abrem campo vibratório para a desorganização celular e as contaminações destrutivas.

A mente, por sua vez, desequipada de recursos espirituais saudáveis, contribui com eficiência para a complicação do quadro iniciante, na razão direta em que o fenômeno mórbido se agrava.

Fossem cultivados os sentimentos nobres e ampliada a área das reflexões tranquilizadoras, aquelas que se expressam pelo amor, e os antídotos vibratórios gerados pelo Espírito combateriam os agentes enfermiços, reorganizando os equipamentos danificados.

As emoções básicas do ser humano são três: o amor, a ira e o medo. Delas se derivam todas as outras: a ternura, a tristeza, a excitação sexual, a abnegação, a caridade, a renúncia, a raiva, o ódio, o ressentimento, a vingança, a revolta, a ansiedade, o temor, o pavor, a angústia...

Inevitavelmente, a cada uma dessas emoções corresponde um efeito corporal, que ocorre sem a vontade consciente do indivíduo, porque através do sistema nervoso autônomo.

Nesse sentido, qualquer ocorrência enfermiça traz sempre embutida uma mensagem do organismo, chamando a atenção para algo em desacordo com a sua constituição.

No ano de 1936, o endocrinologista vienense Hans Syele utilizou-se da palavra estresse, para aplicá-la na linguagem médica, significando desgaste emocional, desequilíbrio psicológico, cansaço, como efeitos de grandes tensões. Não somente daquelas que se originam nos problemas, como também das que proporcionam alegria.

Utilizada até então na física, mais ou menos com o mesmo sentido, quando um objeto se deforma estando submetido a grande tensão, a palavra estresse passou a ser usada com frequência, para definir os estados limites entre o suportar e o explodir emocionalmente.

Os estudos em torno da sua presença no indivíduo contribuíram para melhor entendimento dos fenômenos psicológicos nas enfermidades fisiológicas ou vice-versa.

Constatando-se que o estresse também afeta os animais, descortinaram-se, desde então, horizontes novos para as terapias da bondade, da harmonia interior, da tranquilidade, do amor, da benevolência e da caridade.

Psicoterapias habilmente trabalhadas para diminuir os danos do estresse passaram a ser propostas, desde aquelas de caráter orgânico - ginástica, natação, caminhadas, desportos em geral — como as de natureza emocional - leituras agradáveis, meditação, ioga, oração - ao lado das aplicações saudáveis da bioenergia.

Constata-se, como efeito, que a mente é fonte inexaurível de recursos que, aplicados corretamente, facultam a saúde, o bemestar, a paz, a alegria de viver, de igual maneira, produzindo enfermidades, quando se comporta de maneira agressiva, pessimista, inquieta...

As ondas mentais que da psique se exteriorizam vitalizam todo o organismo, qual corrente elétrica encarregada de manter a mesma potência, sustentando os trilhões de células dentro das finalidades para as quais foram criadas. Qualquer alteração de energia, para mais ou para menos, logo se apresentam os efeitos correspondentes nos aglomerados orgânicos.

Numa cultura de ansiedade, em decorrência do tempo sem tempo a que a maioria das criaturas se atira, buscando aproveitar o máximo, sem cuidar do refazimento interior, da recomposição das forças mediante a alegria e a renovação dos estímulos pelo idealismo, é inevitável que o estresse desempenhe papel de relevante importância na conduta humana.

Os relacionamentos sociais e afetivos, como efeito, tornam-se rápidos e superficiais, com desinteresse de uma pela outra pessoa, porque cada qual está centrada no ego, no não ter problemas, no desfrutar do prazer ao máximo, sem que ninguém a incomode.

E inevitável, portanto, que ocorram a exaustão, o estresse, logo depois a doença.

O fato é que, em razão das inestimáveis conquistas das ciências médicas e da tecnologia na área da saúde, à medida que desaparecem determinadas doenças outras surgem, tomando-lhes os lugares, produzindo aflição e insegurança.

E que a raiz da ocorrência encontra-se no próprio indivíduo, que se não resolveu ainda pela mudança de comportamento moral e espiritual.


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Programa-te para a saúde em todos os teus momentos existenciais.

Renova-te com frequência, libertando-te dos pensamentos morbosos e enriquecendo-te de alegria e de trabalho edificante.

Não transfiras os teus conflitos para os outros, sempre justificando as tuas mazelas e apontando-as nos demais.

Conforme te vejas e te conduzas, assim viverás.

O Evangelho de Jesus, por isso mesmo, é o mais adequado tratado de psicoterapia para a conquista da saúde total que se encontra ao teu alcance.

Sai, por definitivo, da furna em que te refugias e ruma na direção do sol da felicidade que te aguarda com saúde e em paz.