Iluminação Interior

CAPÍTULO 16

Os inimigos da fé



A pessoa que perdeu a fé ou que não a teve nunca, navega, à matroca, no oceano encapelado da existência física.

A falta de um rumo seguro indu-la a desequilíbrio e insegurança, sempre quando se torna necessária uma decisão.

Desconhecendo o roteiro, qualquer opção apresenta-se-lhe favorável, muitas vezes conduzindo a acidentes que poderiam ser evitados.

A falta de confiança no manejo da nau orgânica, favorece o desconserto de conduta e a variedade de atitudes durante a trajetória.

A fé, sob qualquer aspecto considerada, é base para as realizações enobrecedoras que desafiam todos os nautas humanos.

Propicia a coragem para os enfrentamentos, ante a certeza de que se encontra bem conduzido nos comportamentos que assume.

Robustece a esperança, toda vez quando o desânimo ameaça sob justificativas destituídas de fundamento. Promove a alegria de lutar, embora as circunstâncias não se lhe apresentem favoráveis. É motivação contínua para o prosseguimento dos labores encetados.

Quando se trata da fé religiosa, sucedem-se os milagres da paz interior e das conquistas inabordáveis do sentimento e da razão.

Documenta-se, na Medicina moderna, que os pacientes portadores de fé religiosa recobram a saúde com mais rapidez do que aqueles que não na têm. A sua conduta durante a enfermidade faz-se abonada pela serenidade, e a mente coopera eficazmente em favor dos resultados felizes.

É certo que não impede a morte, esse fenômeno biológico a que todos os seres encontram-se submetidos. No entanto, torna a expectativa da desencarnação muito mais digna e resignada, em relação àqueles que da vida somente preferem os frutos sazonados do prazer intérmino, e que, nos gozos materiais, colocam todas as aspirações.

A fé religiosa raciocinada, que se distancia do fanatismo e das perspectivas miraculosas programadas pela fantasia psicológica infantil, dignifica o indivíduo nas situações mais aziagas, ensejando-lhe melhor entendimento das ocorrências, em face do conhecimento das leis que regem a vida na Terra.

Não impede o sofrimento de instalar-se, mas torna-o menos doloroso, e mesmo portador de mensagens superiores, porque representa chamamento de atenção para necessidades não percebidas.

Produz alegria de viver, mesmo quando os acontecimentos apresentam-se preocupantes ou tumultuados, não se constituindo razão para o pessimismo ou a amargura.

Tendo apoio nas disposições interiores do Espírito, irriga de energia as células que se renovam de maneira saudável, enquanto estimula a vontade e os tesouros morais à permanência na luta de iluminação.

A fé, mesmo quando não tem estrutura religiosa, promove os sentimentos humanos a patamares que não seriam alcançados sem o seu valioso contributo.

A fé, em novas terras que poderiam ser descobertas, impulsionou Cristóvão Colombo a lutar contra todas as dificuldades e desconfianças, ensejando-lhe a conquista do novo Mundo.

A fé, na existência de vidas microscópicas, motivou Pasteur a perseverar na sua busca, até identificar os responsáveis pela cólera e por muitas outras doenças, graças a cuja conquista, a Terra pôde libertar-se de epidemias e enfermidades destruidoras.

A fé, em torno da possibilidade de viver feliz, graças ao apoio de Ana Sullivan, permitiu que Hellen Keller conseguis se ver o mundo e as pessoas como milhões de outras jamais tiveram ocasião de vislumbrar.

A fé, na beleza da música e nas próprias possibilidades de.

realização, fez que Ludwig Von Beethoven, embora surdo, compusesse a Nona sinfonia, deixando uma a mensagem de eterna beleza para a humanidade.

A fé é sempre essa doce virtude que promove os sábios, que eleva os heróis às cumeadas do êxito, os tos ao martírio e à glória imortal.

A fé religiosa de Francisco de Assis fez que o patinho feio, conforme se considerava, lograsse transformar-se no mais formoso Trovador de Deus.


A fé religiosa de Teresa D

"Ávila deu-lhe forças para superar as dificuldades e enfermidades orgânicas, lutando contra as vicissitudes e reformulando o Carmelo, dando dignidade às religiosas que buscavam Deus no silêncio do claustro.

A fé de madre Teresa de Calcutá concedeu-lhe valor e força para vencer todos os obstáculos que tentavam impedi-la de socorrer os leprosos, onde quer que se encontrassem, dignificando-os e amparando-os em nome do amor.

A fé religiosa de Mohandas Karamchand Gandhi proporcionoulhe coragem e dignidade para enfrentar o Império britânico_ e vencê-lo através da não-resistência, demonstrando que o amor e a paz são as mais vigorosas forças que se encontram no mundo a serviço da vida.

São esses os milagres da fé e muitos outros mais.

Sob o seu amparo, as Forças imponderáveis alteram as estruturas espirituais, favorecendo as vidas que se deixam conduzir às finalidades que objetivam.

A mente estruturada na fé produz campos de energia poderosa que a sustenta, favorecendo a organização celular que se harmoniza, a fim de atender ao impositivo da reencarnação.

Por isso, Jesus afirmou que tudo é possível àquele que crê, porquanto a sua identificação com o ideal que persegue, favorece-o com a resistência necessária para vencer as vicissitudes e triunfar sobre os limites em que se encontra encarcerado.

Quando o desânimo persistir no teu campo de ação, gerando aflição e desencanto, busca a fé em Deus e renova-te no trabalho, prosseguindo com entusiasmo.

Toda vez quando as tuas realizações não resultem positivas, evita considerar que deves desistir.

Acende a claridade da fé na tua mente e verás melhor a maneira como proceder, evitando o cansaço ou a desistência.

Sempre quando açodado por qualquer tipo de paixão perturbadora, abre-te à fé espiritual, considerando que toda injunção difícil acena com promoção de conduta, e liberta-te do cárcere dos comportamentos inferiores.

A fé em que busques apoio será um archote aceso à teia frente, apontando o rumo que deves percorrer.

Mas a fé religiosa será sempre a claridade estelar no teu caminho, facilitando-te o crescimento para Deus, que te permite a honra de possuí-la.