A incansável luta pela posse arrebata as multidões ambiciosas, que se exaurem nas intérminas atividades para alcançar o pódio de destaque no mundo.
Acumulam títulos imobiliários e fiduciários, moedas e ações, acompanhando os jogos das Bolsas de valores em tormentosa ansiedade pelo câmbio e suas variações, investindo saúde física e emocional, sem a necessária atenção pela qualidade de vida a que se entregam.
A virtude que se permitem esses afanosos e apressados vencedores resume-se ao conforto físico e aos prazeres sensoriais, que lhes parecem constituir o único estímulo para maior empenho nos seus programas e mais amplas ambições.
do companheirismo. Desde que não apresentem lucro imediato, os relacionamentos para eles são destituídos de significado emocional.
Enquanto isso, outros indivíduos ociosos consideram que merecem tudo, embora nenhum esforço realizem, a fim de desfrutarem da existência as fartas concessões da alegria e do gozo, explorando os demais que se esfalfam pela aquisição do necessário. .
Apenas uma estreita fatia da sociedade contemporânea compreende o sentido existencial e moureja com equilíbrio, utilizando-se com sabedoria dos recursos provenientes da experiência reencarnatória.
Os primeiros, fazem-se invejados, temidos, raramente amados. Muitos daqueles que se lhes acercam, desejam compartilhar, fruir do seu brilho e fama, do seu destaque e poder, da sua glória e posição... Diante, porém, de qualquer ocorrência menos promissora, abandonam-nos, trabalhando pela sua deterioração social ou política, econômica ou artística...
E eles o sabem, por isso não confiam, permitindose a corte servil, de que também se utilizam, atendendo à vaidade e às paixões pessoais...
Isto porque, a glória terrestre quase sempre é fugaz, especialmente aquela que deflui das conquistas externas.
Aqueles que se engalfinham somente por conquistá-la, temem perdê-la, e tudo fazem para que não se dilua entre as mãos que pretendem mantê-la.
É natural que assim aconteça, em razão da transitoriedade do carro orgânico e do suceder do tempo em sua marcha inexorável.
Os outros, aqueles que aguardam o desfrutar de tudo sem haverem conseguido os meios próprios e dignos, tornam-se pesada carga no organismo social, na condição de parasitas de luxo, quando não se desviam para a criminalidade, para a alucinação total...
A atordoante ambição desgasta os equipamentos orgânicos, as delicadas engrenagens eletrônicas da emoção e do psiquismo, cujos efeitos danosos sempre aparecem em flagrante agressão, que exige cuidados, muitas vezes, ineficazes, porque tardios ou impossíveis de ser atendidos.
Reúnem fortunas, à medida que se lhes desorganiza o sistema nervoso, facultando a instalação de distúrbios vários, entre os quais os de conduta, os conflitos psicológicos, ou, por outro lado, dando lugar ao surgimento de úlceras gástricas e duodenais, como efeito de somatizações graves, em cujo atendimento são gastos aqueles recursos tão ambicionados...
Concomitantemente, o medo do envelhecimento, perdendo espaço no palco das disputas, a presença da morte que se faz cada vez mais próxima, empurram esses aficionados do prazer para as fugas emocionais, a drogadição, o alcoolismo, o sexo exacerbado, que mais apressam os fatos desgastantes dos quais desejam fugir.
A marcha ilusória do ser humano é a tragédia do seu quotidiano.
Falta consciência real do significado existencial.
A mulher e o homem poderosos na Terra, são portadores de grave responsabilidade perante a Consciência Cósmica.
Invariavelmente encontram-se assinalados pela missão de fomentar o progresso da sociedade, impulsionar a cultura em todos os sentidos, ensejando o conhecimento e a capacidade que preparam para a conquista dos valores preciosos da dignidade, do desenvolvimento ético-moral.
Ninguém alcança o destaque, o poder, a situação privilegiada, sem que esteja assinalado para construir um mundo melhor e mais feliz.
Olvidando-se desse dever, os triunfadores de um momento engolfam-se na glória e comprometem-se lamentavelmente, quando poderiam tornar-se missionários do crescimento social da humanidade, qual acontece com alguns poucos, que se não permitiram ensoberbecer nem perder a lucidez ante a bajulação e o cortejo de apaniguados que sorriem e aplaudem o seu triunfo sem o menor sentimento de afetividade...
As pessoas amam, invariavelmente, o poder - econômico, social, político, artístico porque se fazem temidas e requestadas, sem recordar-se da fragilidade do carro orgânico, no qual passeia a ilusão.
Optam pelo temor e desdenham o amor.
Preferem o aplauso e rejeitam a lealdade.
Fruem da inveja dos outros em detrimento da sua solidariedade.
Investem na permanência do estado enganoso ao invés da análise em torno do relativo de tudo quanto é terreno...
... E a vida surpreende-os, mais rapidamente do que esperam, no descompasso das forças, no abandono da família que não souberam amar, e dos aparentes amigos que os descartam na primeira oportunidade, a fim de tomar-lhes o lugar e repetirem as suas façanhas douradas quando podem...
Esses, que os seguem, prezam, realmente, é o poder e não as pessoas que o exercem momentaneamente, por isso estão sempre transferindo-se de lugar e de lideranças.
Quando os vejas, prepotentes e dominadores, não os invejes nem os detestes.
Eles são frágeis quanto tu mesmo o és.
São necessários no conjunto social e não se conhecem, temendo a perda do cetro do poder, que lhes tombará das mãos, cedo ou mais tarde.
Não repitas os passos pelos caminhos que eles hoje percorrem.
Segue a tua marcha em paz e confiança.
Ter ou deixar de ter é de importância relativa, secundária, quase insignificante.
Recorda Zaqueu, o publicano rico de Jerico, que subiu numa figueira para ver Jesus passar, e que foi escolhido pelo Mestre para hospedá-10 em sua casa, desse modo propiciando que a real felicidade lá penetrasse.
Reflexiona, e seja como for que te encontres, pensa em ti como espírito imortal que és, descendo da figueira da presunção e hospeda Jesus na residência dos teus sentimentos, a fim de que a felicidade habite em ti, sem sofreguidão pelos enganosos bens do mundo físico...