Toda ideia de enobrecimento humano e todo serviço que contribuem para o desenvolvimento intelecto-moral da sociedade, a fim de alcançar os objetivos a que se propõem, dependem daqueles que os vitalizam com a sua dedicação, assim como das pessoas que se transformam em líderes, apresentandoos em toda parte e os conduzindo com segurança moral e emocional.
Normalmente, quando se diluem organizações de benemerência, instituições comerciais, sociais, educacionais, religiosas ou culturais na raiz do fracasso encontram-se a inabilidade de condução e de manutenção daqueles que se lhes tornaram responsáveis.
O líder é alguém que dispõe de um imenso arsenal de valores colocados a serviço do labor que abraça.
Deve ser portador de conhecimento especializado na área em que se movimenta e dotado de um grande senso psicológico para poder comunicar-se com aqueles que participam da atividade a que se entrega.
Em razão da grandeza e do significado possuídos pela mensagem de que se torna instrumento, deve apresentar-se portando equilíbrio e entusiasmo, trabalhando com afinco e sem desânimo em favor da sua implantação no solo generoso da Humanidade.
Sabendo que nem sempre será bem aceito, porque toda proposta nova que objetiva a mudança de hábitos gera conflitos, permanece em calma, mesmo quando os distúrbios e as reações se avolumam à sua volta, prosseguindo com fidelidade o dever, sem queixas nem recriminações.
A força do seu comportamento como decorrência da sua convicção fala mais alto do que as suas palavras, e a maneira como se conduz responde com eficiência pela qualidade de que se reveste o seu propósito.
Tem paciência, não antecipando acontecimentos, nem desejando a mudança radical do contexto social, como se fora um novo messias da era nova de redenção da Humanidade.
Reconhece as próprias limitações e se esforça por se melhorar, adquirindo experiência no dia a dia sem enfado nem desgosto, mas com a certeza da vitória no momento oportuno.
O líder é um lutador que se destaca no conjunto social pelos valores éticos e pela exemplificação elevada.
Quando incendiário, destrói o que há de melhor e que necessitava de ser modificado em vez de destruído, e quando questionador demonstra a insegurança que o caracteriza interiormente, portando-se como criança maltratada, que choraminga ante os desafios.
A liderança é muito importante na divulgação do pensamento, dos ideais, das experiências, de tudo quanto constitui patrimônio da Humanidade.
Podemos identificá-la muito bem apresentada, naqueles que se notabilizaram pela perversidade, que apresentaram teorias absurdas e destruidoras, teses desestabilizadoras, arrebanhando as massas desesperadas que os transformaram em novos mitos, atendendo-lhes às paixões e aos desregramentos sem pensar...
Todos, porém, terminam sucumbindo ao impositivo da loucura em que estertoram consumidos pela voragem do tempo, que a nada nem a ninguém poupa.
O líder do Bem é diferente, porque se faz condutor da paz e da esperança, da solidariedade e do amor, às vezes, sendo também imolado em fidelidade aos sentimentos íntimos de que é portador.
A liderança é fenômeno psicológico natural que caracteriza determinados indivíduos e que outros por meio das técnicas de comunicação conseguem alcançar, nem sempre com o mesmo êxito, conforme ocorre com os missionários do amor e da verdade.
Se te candidatas a servir em qualquer mister de elevação moral e espiritual, especialmente naquele que diz respeito à edificação do Bem e da Caridade, do Amor e da Verdade entre as demais criaturas humanas, municia-te de harmonia e de ternura, a fim de atraíres seguidores sinceros que sintonizarão contigo.
Confia na força dos teus propósitos, mas mantém a mansidão que estimula e a coragem que dignifica, sendo enérgico quando necessário, sem seres rude porque não sejas compreendido ou aceito.
Recorda que és o idealista e não os outros, portanto, a tarefa pertence-te e deves perseverar, afeiçoado ao exaustivo labor a que te propões.
Não esperes facilidades pelo caminho, porque a tua é a mensagem de transformação moral da sociedade aflita, que necessita de roteiro para caminhar com segurança rumo à felicidade, aos objetivos existenciais dignificantes.
Em torno de todo líder encontram-se cooperadores sinceros, mas nem sempre portadores de elevação, que geram dificuldades e impedem o bom relacionamento com aqueles que desejam participar dos empreendimentos nobilitantes.
Não te permitas cercar de pessoas ditas afeiçoadas que pretendem isolar-te dos outros, justificando que és eleito para os grandes eventos, para as realizações que outros não têm condições de executar... Esse bafio pestilencial do elogio vulgar, da bajulação doentia é um grande perigo para o trabalhador idealista.
Sê sincero, mas não grosseiro.
Sê gentil, não conivindo, porém, com o erro.
Sê dedicado, no entanto, não te permitas perder o rumo, tornando-te fanático.
Sê veraz, mantendo-te austero diante da maledicência e da calúnia.
Demonstra pelos atos a tua formação moral, ante os embates perversos do caminho de testemunhos.
Nunca te defendas das acusações verdadeiras ou injustas, porque isso constitui perda de tempo, fornecendo material incendiário aos ociosos, que se fazem inimigos gratuitos de todos aqueles que aspiram pelo melhor e trabalham pela dignificação da sociedade.
O silêncio é portador de uma força moral mais eficaz do que o excesso de palavras justificando o comportamento.
Expõe os teus objetivos sem pretensão, dando aos outros o direito de seguir aquilo que melhor lhes atenda aos anseios da mente e do coração.
Semeia, porém, sempre sem ansiedade nem tormento.
Demonstra que a excelência da tua atividade está apresentada na maneira como ages, como segues, como te comportas em relação a todos.
O verdadeiro líder não se jacta, nem se percebe, sendo notado pela facilidade com que as pessoas o cercam e o seguem com espírito de bondade para com todos e de compaixão para com aqueles que se fazem inimigos.
O mundo sofre muito a falta de lideranças do Bem.
Pessoas afoitas assumem tarefas e pensam cm se tornar líderes sem a menor estrutura emocional, vivendo angustiadas, queixosas, briguentas e infelizes...
Como o Bem pode fazer tanto mal? Porque, certamente, não é o Bem que as conduz, mas sentimentos outros de transferência psicológica de conflitos, ocultando a vaidade, disfarçando a prepotência.
O líder consegue apaziguar os conflitantes sem partidarismo, apresentando o caminho da harmonia e do dever, sendo justo e amigo de todos.
Se pretendes liderar qualquer forma de atividade, trabalha-te interiormente, renovando os teus sentimentos, enriquecendo-te de forças morais para a integração no espírito do serviço.
Medita e trabalha com naturalidade, sem forçar humildade aparente nem assumir aspecto de santificação.
Todo ser humano tem momentos felizes e outros menos bons.
Não te aflijas, quando fores mal sucedido em qualquer atitude, desculpando-te e repetindo a experiência como qualquer outro, porque não és especial nem irretocável.
Em qualquer situação recorda-te de Jesus, o Líder por excelência, tendo nele a diretriz e o modelo, e nunca te equivocarás nem perderás o rumo.