Aquela é a face da ingratidão, que reflete os sentimentos inferiores em torno dos quais muitos gravitam entre alucinações e equívocos.
Essa é a face da ira, que fermenta a loucura encarregada de atear fogo devastador por onde passa, deixando escombros e desditas onde se agasalha.
Estoutra é a face do ódio, que envenena impiedosamente os que lhes caem nas malhas, vencendo-os inexoravelmente.
Aqueloutra é a face da vindita calculada e fria, encarregada de surpreender os que se lhe fazem vítimas, vítimando em justo tempo até mesmo os que se elegeram algozes.
Essoutra é a face da agressão inesperada, na variada manifestação do atentado físico, mental ou moral, buscando coarctar a nobreza do agredido, pela impossibilidade de elevar-se além e acima dele.
— "Se alguém te bater na face direita...— disse Jesus.
A outra é a face do amor que desculpa e ensina, perdoa e esclarece, esquece a ofensa e ajuda o ofensor.
Talvez se encontrem homens que oferecem o outro lado da face para receberem a estrídula bofetada do ofensor alucinado e envenenado pela própria desídia. E muitos o farão por cobardia, por timidez, por irreflexão... deixando-se consumir, desde então, pelo ácido desgastador do ódio surdo ou arrastando-se vencidos pela suprema revolta da desesperação interior.
Ferido — não ferir; agredido — não agredir; humilhado — não humilhar.
desprezado — não desprezar — eis a importante face do ensinamento: ... "apresenta, também, a outra face. **
No jogo violento dos interessés subalternos, ao qual se atiram os aficionados da ilusão, a vitória para eles representa dominação, jugo, prepotência; violência produzindo violência, ódio fomentando ódio. Para esses, o discípulo do Cristo é um fraco, vencido, inferior... Todavia, é muito fácil vencer, dominar, esmagar... os outros, quando se têm as rédeas da força nas mãos.
Assim considerando, e sob qualquer aspecto examinada, se avulta e agiganta a mensagem cristã — perfeitamente renascida na revelação dos Espíritos, que proclamam o período novo que se avizinha: o do homem integral! — por oferecer resistência ao mal através da força do bem, preservando a ética otimista do amor e do direito acima de toda conjuntura negativa e infeliz, estimulando a supremacia do espírito estoico que é capaz de se vencer a si mesmo, antes que disputar o triunfo sobre as demais criaturas.
... E Jesus apresentou, também, Ele mesmo, a outra face, não se permitindo o revide ao mal que lhe fizeram, depositando, porém, na estrada incomensurável dos tempos, as sementes da esperança e da caridade, que fulguram nos céus da hora presente quais estrelas de pujante beleza, norteando os rumos do porvir da humanidade melhor.
Joanna de Ângelis