Sabedoria do Evangelho - Volume 1

CAPÍTULO 14

CIRCUNCISÃO



LC 2:21

21. Completados os oitos dias para ser circuncidado o menino, deram-lhe o nome de Jesus, como fora chamado pelo anjo antes de ser concebido no ventre de sua mãe.

Interessante observar que Lucas não afirma ter sido Jesus circuncidado: aproveita-se da citação da lei da circuncisão no oitavo dia (GN 17:12; GN 21:4; LV 12:3), para dizer que, nessa época foi dado ao menino o nome de JESUS, de acordo com a anterior indicação do anjo.


Essa é uma das provas irrefutáveis da preexistência dos espíritos, e, por conseguinte, da reencarnação:

"antes de ser concebido no ventre de sua mãe", já existia, já tinha nome. Essa existência anterior é qualidade inerente a todas as criaturas, pois Jesus é apenas nosso irmão mais velho, "o primogênito entre muitos irmãos" (RM 8:29).

Todos aqueles que penetraram em seu âmago e tiveram contato com a realidade, precisam "circuncidarse", ou seja, "cortar em redor" de si todas as excrescências, todo APÊGO às coisas passageiras e ilusórias, a "mayâ" temporária. Essa circuncisão, que corta o APÊGO e a preocupação, não tira, entretanto, o contato e o interesse pelas outras criaturas de Deus - racionais, irracionais, vegetais e minerais - mas elimina apenas a cobiça e o agarramento invigilantes a pessoas, animais e coisas.

Mister a renúncia ao mundo material. Não com a fuga cenobítica para o isolamento. Mas ter, como se não tivesse; possuir, sem ser possuído; usar, como de empréstimo; gerir, como em mordomia; utilizar, como administrador que prestará contas; recordando-se sempre que tudo deixaremos aqui e de que "nada o trouxemos para este mundo e, sem dúvida, nada dele podemos levar" (1TM 6:7). Ren úncia de coração, destacando-nos das coisas, embora continuando a servir-nos delas; desapegandonos das criaturas, embora continuando a amá-las e a servir a elas.