13. E (deixando Nazaré), foi morar em Cafarnaum, situada à beira-mar, nas fronteiras de Zabulon e Neftali,
14. para que se cumprisse o que foi dito através do profeta Isaías:
15. "Terra de Zabulon e Terra de Neftali, caminho do mar além do Jordão, Galileia dos gentios!
16. o povo que jazia nas trevas, viu uma grande luz; e os que estavam sentados na região sombria da morte, para estes raiou a luz".
7,20). No Evangelho, é chamada até, quando se fala de Jesus "sua própria cidade" (hê idía pólis, MT
4) a cita. Tudo isso corrobora a historicidade dos Evangelhos. Dela hoje restam as ruínas de Tell Houm, a noroeste do Lago de Tiberíades.
Situava-se no território atribuído à tribo de Neftali, mas era limítrofe do da tribo de Zábulon. Mateus aproveita-se disso para aplicar a Jesus o trecho de Isaías (8:23 a 9:1). Diz o original: "No passado, o Senhor humilhou a terra de Zabulon e a terra de Neftali; no futuro glorificará o caminho do mar, a outra margem do Jordão e a Galileia dos gentios: o povo que caminhava nas trevas viu grande luz; sobre os habitantes da terra das sombras uma luz brilhou".
O "caminho do mar" ia de Damasco ao Carmelo, através do Jordão (também chamada "Peréia", do grego peran, que significa "além", e que hoje é denominada "Transjordânia").
A Galileia dos gentios, em hebraico Ghelil hagguim. Ghelil que deu Galileia, significa "jardim", "região", "distrito". A cidade cosmopolita de Cafarnaum, com grande mistura de judeus e gregos, constituía forte entreposto comercial, com ligações por terra e mar com os distritos circunvizinhos e que demandavam Horã, Tiro, Sidon, Síria e Egito" Daí serem tidos os cafarnaítas, pelos ortodoxos da Judeia, como "livres-pensadores" e como "heréticos sincretistas". Mas, justamente por isso, o terreno era feraz para a pregação de Jesus, com almas sinceras, sem hipocrisia, podendo manifestar livremente suas crenças.
A fixação da residência de Jesus em Cafarnaum (cidade do Consolador), na Galileia (jardim fechado), dá-nos a chave da atuação da individualidade enquanto encarnada num corpo físico: manter-se em permanente recolhimento interno, mas fazer tudo o que lhe seja possível para socorrer os demais espíritos em suas aflições, no papel de consolador; embora não tirando as dores cármicas, dá a todos a força necessária para suportá-las, aproveitando-lhes todo o fruto de amadurecimento que lhes trazem ao espírito, não só purificando-o, como também fortalecendo-o e elevando-o a novos planos.