Sabedoria do Evangelho - Volume 2

CAPÍTULO 30

A DESCIDA DO MONTE



LC 6:17-19


17. E descendo com eles, parou num lugar plano, onde se achava uma multidão de seus discípulos e muito povo de toda a Judeia, de Jerusalém, e do litoral de Tiro e de Sidon, que vieram para ouvi-lo e ser curados de suas enfermidades.


18. E os que eram atormentados por espíritos atrasados ficavam sãos.


19. e todo o povo procurava tocá-lo, porque saía dele uma força que os curava a todos.

Após a permanência em prece e a escolha dos doze, Jesus desce "até um lugar unido", ou seja, plano (embora isto não signifique que estava na planície do vale), onde teriam acesso mais fácil os doentes.

Todos procuravam tocá-Lo, e Lucas explica a razão: Dele promanava uma "força" (dúnamis) que a todos curava.

Já em 5:17 essa observação fora feita pelo próprio Lucas. Embora não tendo conhecido pessoalmente o Mestre, pode, pelas narrativas testemunhas que ouvira, tirar suas conclusões médicas, de que algo extraordin ário havia.

Realmente, com Sua aura puríssima, com o incrível magnetismo irradiado de sua profunda bondade, de Sua infinita ternura, da compaixão ilimitada, os fluídos (virtudes) que Dele saíam deviam ter tido um poder curador muito acima de qualquer especulação humana comum.

Quando tivermos alcançado suficiente evolução espiritual, poderemos alcançar os "dons" de ajuda ao próximo.

Muitos dedicam-se a fazer exercícios especializados, a desenvolver faculdades personalísticas, para obtenção dessas capacidades. Conseguem alguma coisa, mas sempre permanecendo em dependência de auxiliares do mundo astral. O caminho não é esse, positivamente. O caminho (o Tao) é o progresso espiritual, a evolução íntima, o mergulho em Deus, a união com o Cristo Interno. Se conseguirmos isso, automaticamente ajudaremos o próximo com nossa simples presença, porque de nós mesmos se irradiará uma força que curará males espirituais e físicos.

Pensam alguns que a preocupação da criatura de evoluir (ao invés de dedicar-se unicamente ao servi ço em benefício do próximo), constitui egoísmo. No entanto, nós somos células do todo. Se fizermos evoluir a célula, que somos nós, estaremos ipso facto fazendo evoluir o conjunto, e muito mais rapidamente do que se nos esquecêssemos; pois neste último caso, ajudaríamos as personalidades (transit órias) dos outros, mas manteríamos todo o conjunto no mesmo nível em que se acham eles e em que nos achamos nós: daríamos somente alívio, mas não traríamos evolução nem a nós nem a eles.

O caminho, pois, é EVOLUIR, para, com a nossa evolução, arrastar a todos um pouco mais para cima.

Por exemplo: numa sociedade em que todos sejam pobres, e em que se necessite de dinheiro, se ningu ém tem meios de consegui-lo, mas um tem a capacidade de realizar um trabalho que lhe aumente de muito seus próprios rendimentos, isso será se maior ajuda à sociedade (porque ele lhe poderá dar do que é seu), do que se ele apenas se preocupasse em arranjar dinheiro com pedidos a um e a outro, o que jamais supriria as necessidades da sociedade.

Evolua, portanto, cada um de per si, e a Humanidade se encontrará amanhã, toda ela, um degrau acima em seu progresso.