21. Nem todo o que me diz: "Senhor, Senhor", entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus.
22. Naquele dia muitos hão de dizer-me: "Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome e em teu nome não fizemos muitas coisas notáveis"?
23. Então lhes declararei: "nunca vos conheci: apartai-vos de mim os que praticais a ilegalidade".
24. Todo aquele, pois, que ouve estas Palavras, eu o comparo a um homem prudente, que edificou sua casa sobre a pedra;
25. e caiu a chuva, vieram os torrentes, sopraram os ventos e bateram com força contra aquela casa, e ela não caiu, pois estava edificada sobre a pedra.
26. Mas todo aquele que ouve estas minhas Palavras e não as pratica, será comparado a um homem tolo, que edificou sua casa sobre a areia;
27. e caiu a chuva, vieram as torrentes, sopraram os ventos e bateram com força contra aquela casa, e ela caiu; e foi grande sua ruína.
46. Por que me chamais "Senhor, Senhor", e não fazeis o que vos mando?
47. Todo o que vem a mim e ouve minhas Palavras e os pratica, eu vos mostrarei a que é semelhante.
48. É semelhante a um homem que, edificando sua casa, cavou abriu profunda vala e pôs os alicerces sobre a pedra; e vindo a enchente, a torrente bateu com força naquela casa e não na pode abalar, porque tinha sido construída sobre a pedra.
49. Mas o que os ouve e não as pratica, é semelhante a um homem que edificou sua casa sobre a terra, sem alicerces; a torrente bateu com força sobre ela, e logo caiu, e foi grande a ruína daquela casa Jesus insiste no tema anterior. demonstrando agora com exemplos mais vivos, que não é a religião seguida que salva ninguém, nem mesmo a devoção, nem a oração, nem o mediunismo, nem qualquer coisa externa; mas apenas a vivência interior. Enquanto não vivermos integral e intimamente os preceitos, as obras exteriores serão pura casca, puro verniz que de nada servirão.
Assim a casa solidamente construída, com alicerces profundos, resiste às intempéries; ao passo que as devoções e obras fundamentadas na vaidade e na esperança de "troca" (do trabalho pelo reino dos céus), ruirão ao menor sopro da adversidade. A fé, baseada nos homens, esboroa-se quando esses homens cometem um deslize; mas se alicerçada em Cristo, podem todos os homens falir, que Cristo permanece inabalável fundamento do bem por toda a eternidade.
A individualidade, o Espírito, sabe que nada valem as preces, as devoções, as ações taumatúrgicas, o mediunismo curador ou qualquer outro, se não forem baseadas no cumprimento integral da Vontade do Pai, na obediência espontânea e alegre, natural e Jubilosa a todos os ensinamentos e preceitos, se não forem fundamentados no Amor e na Humildade.
Quem assim não vive, constrói sua evolução sobre a areia, isto é, sobre os átomos da matéria transitória, sobre a personalidade passageira, e, em sobrevindo a "morte", tudo está perdido, porque fica na matéria.
Mas a construção é perene, se for alicerçada na Rocha do coração unido ao Cristo Interno que em nós habita, que é nosso Eu real.
Só a construção fundamentada no Cristo Interno será sólida e eterna.
Nada a abalará.
Com efeito, tudo o que possa ocorrer-nos de fora, só atinge nossa personalidade, quer no intelecto, quer nas emoções, quer nas sensações, quer na matéria. Mas o Eu profundo é INATINGÍVEL. Nada de fora o atinge, nem fere, nem magoa, nem diminui.
Daí a impassibilidade exterior de todos os que conseguiram o Encontro Permanente e Divino: casa construída sobre a Rocha, que é o Cristo.
Todas as vezes que sofremos quando algo acontece, com isso demonstramos que ainda vivemos na personalidade. Se alguém nos bate, fere ou mata, é apenas atingido um veículo que nos foi temporariamente emprestado: nosso EU jamais é alcançado; quando nos magoam, ofendem ou caluniam, é apenas alcançado um veículo que nos foi temporariamente emprestado: nosso EU jamais é atingido.
O verdadeiro EU é inatingível por qualquer ação externa, mesmo que a ação provenha de nossa própria personalidade. Por isso, o Homem que consegue a União é IMPASSÍVEL.