12. Jesus, ao ouvir que João fora preso, partiu para a Galileia.
14. Depois de João ser preso, Jesus foi para a Galileia.
1. Quando, pois, o Senhor soube que os fariseus tinham ouvido dizer que ele, Jesus, fazia e mergulhava m a i s discípulos que João,
2. (embora Jesus mesmo não batizasse, mas sim seus discípulos),
3. deixou a Judeia e foi de novo para a Galileia.
Os dois sinópticos assinalam a partida de Jesus da Judeia dando, como motivo (Mateus) ou como refer ência de tempo (Marcos) a prisão do Batista.
João é mais minucioso. Dá-nos também outras razões. Jesus veio a saber que os fariseus começavam a impressionar-se com o fato de que ia mais gente a Jesus, do que fora a João, para ser mergulhada. O evangelista frisa que, pessoalmente, Jesus não mergulhava, mas apenas seus discípulos. Tendo conhecimento do inquérito que os fariseus haviam realizado contra João, quis evitar o mesmo aborrecimento e resolveu abandonar a Judeia, refugiando-se na Galileia onde não corria perigo, por estar longe das autoridades.
À primeira vista parece estranha a atitude de Jesus, que, ao saber da prisão de seu amigo e primo João, ao invés de ir confortá-lo, solidarizando-se com sua desgraça, se limitou a escapar do teatro da luta. Atitude que jamais se esperaria de um Mestre! Mas, penetrando o sentido simbólico, compreendemos a lição: quando, no terreno das exterioridades religiosas (Judeia), "prendem" a personalidade (João Batista), a individualidade se retira para o Jardim fechado (Galileia), onde poderá agir à vontade, sem nenhuma pressão externa: não há autoridade civil, nem militar, nem religiosa, que possa penetrar no coração e no pensamento. Mesmo na expressão de João, é útil a nós, quando começam a falar muito de nós ou de nossos trabalhos, uma pequena reclusão, para nos não deixarmos envolver pelo "mundo".
Anotemos, porém, o esclarecimento de João: não era Jesus que mergulhava pessoalmente, pois a individualidade jamais se imiscui nos problemas da exterioridade. Muita coisa temos que deixar para os que ainda estão envolvidos pelas características da personalidade. E não devemos combatê-los: Jesus deixou que seus discípulos mergulhassem o povo. Cada nível com suas necessidades e sua atuação, de acordo com sua sintonia vibratória.