A curiosidade humana é insaciável. Sabendo que Jesus se encontrava em Betânia, muitos judeus para lá acorreram. Lá estava o profeta condenado pelo Sinédrio. Mas também lá estava Lázaro que, após o ressurgimento do túmulo por ação de Jesus, se tornara um atrativo para todos. Como seria o homem que experimentara a morte e voltara de lá?
Aos sacerdotes, "autoridades constituídas", é que não agradava isso. Lázaro era uma testemunha "viva" da força de Jesus. E numerosos eram os judeus que abandonavam os sacerdotes do templo, para acreditar que Jesus era, de fato, um profeta, e talvez o próprio Cristo, e tudo isso contribuía para decréscimo do prestigio do Sinédrio. Para sanar essa dificuldade, havia um meio: também Lázaro devia ser sacrificado à sanha egoísta dos sacerdotes...
Para a individualidade, a lição é clara: todos os que agirem em benefício dos homens, ou forem beneficiados pelos Mestres, serão perseguidos e se possível, serão assassinados, para que as provas desapareçam e os homens passem a crer que se tratava apenas de uma invenção ou de uma alucinação, ainda que coletiva.
Não nos assustemos: quem teve a força de ajudar uma vez, poderá fazê-lo pela segunda vez.
Além disso, não é a perda de um corpo carnal que nos levará à perdição. Outro poderá ser reconstruído.
O que nos atinge e degrada é a ingratidão para com nossos benfeitores; é o egoísmo, o orgulho, a vaidade e a ambição, que nos fazem descer até os últimos degraus da involução. Fidelidade absoluta, coragem desassombrada, humildade natural e espontânea, e serviço ativo por amor, manterão nossos Espíritos na altura sublime do Cristo que nos ama e nos chama com "gemidos inenarráveis" (Rom" 8:26). Ouçamos-Lhe a voz e sigamo-Lo: a felicidade suprema reside Nele!