Conforme pode verificar-se, colocamos os versículos
928) - Isso, porque constituem, na realidade, uma continuação das palavras que dirigiu aos gregos. Segundo esse autor, aliás, deveríamos colocar o vers. 36 b depois do 50, como fizemos neste capítulo.
45, 46, 9:35; 10:37-38; 11:25-26).
Reafirma que foi enviado pelo Pai e que aceitá-Lo é aceitar o Pai, ou seja, o Ancião dos Dias (cfr. 3:11; 5:36ss; 7:16-18, 28; 8:19, 26, 38, 42 e
47) porque Sua união é tão íntima que chega a ser real unificação com o Pai (cfr. 5:18 ss; 8:19; 10:30, 38 etc.) .
Quanto à tradução dos termos, aqui ainda encontramos krínô, que pode ser "julgar" ou "discriminar" (cfr. vol. 3). Recordemos que o sentido preciso e técnico desse verbo é "peneirar" ou "passar pelo crivo", ou "joeirar", atos todos que eram realizados na vida agrícola de então para separar o trigo da palha, guardando-se o primeiro nos depósitos e queimando-se a segunda.
Aí temos, também, o verbo athetéô, com o sentido de "pôr de lado". As traduções vulgares o interpretam como "desprezar". Vemos nele, salvo erro, o oposto de homologéô (cfr. vol. 5). Parece-nos que, assim como homologéô é "sintonizar" (e não apenas "confessar"), assim athetéô é "dissintonizar", isto é, "pôr de lado" a estação emissora.
Outra consideração básica refere-se ao "Pai que envia". Na crença de um deus antropomórfico, podemos atribuir esse envio comissionado por esse deus. Mas, na realidade, sendo Deus o Absoluto, a Inteligência Onipotente, Onipresente e Onisciente - e não uma "pessoa" - Sua manifestação é intrínseca, no âmago mais profundo de cada criatura, podendo alguém dizer-se "impelido" por Deus, "inspirado por Deus, ou qualquer outro sinônimo, mas não "enviado". Quem envia, fica, e manda alguém: há, pois, uma separação. Se vai junto, se acompanha, não há "envio". Ora, quem jamais pode dizer-se "separado" de Deus, se Deus é a essência última de todas as coisas, se está "dentro de todos" (EF
Evidente que quem envia, fica, e manda alguém. Então, Esse que ficou e mandou, foi O Pai, a quem as Escrituras chamam o "Ancião dos Dias" (cfr. DN
De todo este contexto, ("o Pai deu ordem do que preceituo e do que falo" e "o que falo, falo como o Pai me disse") se depreende a dualidade personativa, apesar da unicidade individual. E de muitos outros textos se apreende o mesmo (veja vol. 6).
Fidelidade é SINTONIA. Se alguém sintoniza fielmente com o Cristo interno, automaticamente está sintonizado com o Pai - Melquisedec, "Deus" do planeta - que enviou o Messias. E se alguém sintoniza com o Cristo cósmico, fonte incriada, individuada no Cristo interno, automaticamente está sintonizado com o PAI ou VERBO, com o SOM cósmico ou Palavra Criadora que, sendo Palavra, cria, preceitua e sustenta Suas criações.
& Scott, 1966, pág, 796).
Nessa contemplação atingimos a LUZ: "Eu, a LUZ (o Cristo), vim ao mundo (exteriorizado em Jesus) para que todos os que comigo sintonizarem, possam receber e refletir essa Luz, fazendo-a luz própria, a fim de não permanecerem nas trevas". Basta a fidelidade de, sintonia, para que a Luz permaneça em nós, tal como basta a fidelidade de sintonia do aparelho de rádio ou de televisão, para que eles recebam, com perfeição, as estações emissoras.
Sendo idêntica a sintonia entre Pai e Filho, entre o Produtor do Som (Verbo) e o Som produzido (Cristo), quem sintoniza com um, obtém a sintonia com o outro; quem contempla um, contempla o outro; quem ouve (akoúô) um, ouve o outro.
No entanto, não cabe ao Cristo o julgamento ou discriminação ou triagem (cfr. vol.
3) de ninguém, por estar ou não vivendo os ensinos trazidos. A missão do Cristo é libertar ou salvar o mundo de sua prisão na matéria, e não de verificar quem age desta ou daquela maneira. Sua missão é impelir e compelir as criaturas à evolução, ajudando-as a obter a perfeita sintonia. Quem não no consegue, arca com as consequências. Tanto assim que, quem "põe de lado" o Cristo, isto é, quem não consegue a sintonia (athetéô), será discriminado e julgado pelo próprio Verbo ou Pai.
Não teremos, porém, um Pai "pessoal", sentado em trono dourado, a pesar as almas numa balança: o julgamento será por sintonia. Quem não estiver com seu Espírito em sintonia com o Cristo (e com o Pai), não Lhe, poderá receber a irradiação. Assim um aparelho de rádio ou de televisão que esteja sintonizado fora da onda da estação transmissora não lhe recebe, os sons e a imagem, sendo ipso facto "julgado" ou "discriminado" pela própria estação transmissora. As ondas emitidas continuam a passar pelo aparelho, mas não são captadas por culpa do aparelho receptor que ficou "fora da estação": então, o julgamento ou discriminação é feito automaticamente pelo próprio Verbo, pelo próprio ensino que não foi vivido. Quem "me põe do lado", quem não sintoniza comigo, já está julgado pelas próprias obras: não recebe a luz, embora a luz esteja a vibrar intensamente no ambiente em que está o aparelho.
Tudo o que nos é transmitido pelo Cristo vem do Pai, que determina os preceitos a serem dados. E Sua ordem é vida imanente, ou seja, é vida íntima, proveniente do âmago mais profundo de cada ser, donde provém a vida divina que em nós palpita, transformando-se e exteriorizando-se através dos veículos físicos.
Como vemos, trata-se de um prosseguimento das palavras reveladas aos gregos que procuraram o Mestre em Jerusalém. E as explicações estão conformes aos ensinos ministrados nas Escolas Iniciáticas gregas, de que são usados os próprios termos: pisteúô, theóréô, akoúô, rhêma distinguido de lógos, krínô, etc.