A regência da Lei de Causa e Efeito determina que cada criatura aprenda com suas próprias escolhas, e, por força dessa Lei inderrogável, temos o que produzimos e somos o que alimentamos, desde os mais ocultos desejos e pensamentos até as atitudes concretas. À luz das verdades espirituais, passamos a compreender que não adianta responsabilizar os outros ou delegar essa culpa a situações específicas, como se elas nada tivessem a ver com nossa história evolutiva e vibracional. Esse mecanismo de transferência passional e muitas vezes irresponsável que geralmente induz o coração magoado ou inconformado aos quadros mais dolorosos de criminalidade, obsessão e loucura, perde sua razão de ser quando passamos a nos conhecer melhor, a partir do estudo das Leis cósmicas, conforme está registrado no Evangelho de João no capítulo 16, versículo 8: "E, quando ele vier [referência de Jesus ao Consolador Prometido], convencerá o mundo do pecado [origem e culto dos erros], e da justiça [quando a Lei opera sobre o indivíduo expiação] e do juízo [reconhecimento do erro, arrependimento, busca de melhoria moral]".
É a partir dessas concepções lúcidas sobre a Justiça Divina no Universo que iremos bem interpretar o texto evangélico: "Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último ceitil" (MT
No Evangelho, os termos "entrar", "sair", "permanecer", "parar" "seguir", "voltar", "descer", "subir" e tantos outros verbos de ação representam verdadeiras chaves para a apreensão moral dos valores espirituais encerrados na letra dos escritos sagrados, na linguagem didática do Mestre. É por isso que, nos estudos e reflexões, o coração interessado em se saturar das luzes espirituais deve se situar comparar, conjugar, inferir, numa busca de integração com o objeto de suas pesquisas.
Jesus, em uma de suas propostas vigorosas e sábias de orientação à humanidade, afirma: "Eu sou a porta; se alguém entrar por mim salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens" (JO
Indiscutivelmente, a pureza do Cristo supera tudo o que o nosso mundo já pôde conhecer em termos de revelação. Guia e modelo para todos os séculos terrenos, as lições d’Ele descortinam para todos e em todas as circunstâncias da vida horizontes de progresso e plenificação interior. No sentido de "porta", Jesus abre perspectivas da Luz como jamais se viu na história, e, ainda que numa feição desafiadora dos costumes e dos vícios humanos, porque perfeitas, Sua vida e Sua Mensagem expressam o caminho redentor e de felicidade real para todos os Espíritos vinculados à Terra.
Não é por outro motivo que o Senhor assevera que "salvar-se-á" aquele que "entrar" por Ele. Quer dizer, os que se emaranham no cipoal das culpas e dos remorsos, da incredulidade e dos vícios morais, dos sofrimentos e penitências conscienciais - tudo definido por imposição da Lei –, encontram salvação n’Ele, que é "o Caminho, a Verdade e a Vida" (JO
Neste ponto, ganha nova dimensão o diálogo do Senhor com Simão Pedro, a propósito da indagação feita pelo Mestre aos discípulos: "Quem dizem os homens ser o Filho do homem?" (MT