Quanto mais nos sintonizamos com as Verdades Divinas, através dos estudos e das reflexões em torno da Doutrina Espírita e do Evangelho de Jesus, mais adentramos, pelo entendimento, o âmago das questões evolutivas que nos desafiam e nos provam, dia a dia.
Esses estudos continuados, realizados a sós ou em grupos de companheiros nos ambientes da Casa Espírita, nos capacitam a ver e ouvir, no plano interno, os valores que libertam, que harmonizam que convertem nossa mente e nosso coração, ainda irrequietos e voluntariosos, aos planos sábios do Criador, os quais se valem do tempo e da somatória de circunstâncias para alcançarem o Espírito ainda envolto pelas ilusões da matéria.
O grande desafio é adquirir a denominada "visão de conjunto", sem a qual o indivíduo permanece na ótica relativa de suas experiências brigando com pessoas e situações por interpretá-las como "inimigas" ou "opositoras" de sua felicidade, quando, em verdade, são chaves libertadoras de seu progresso. Essa escravização aos próprios critérios, sem a visão maior da vida, segundo nos propõe a Doutrina dos Espíritos e a Boa-nova, nos torna infelizes, e é capaz de massacrar os nossos sonhos e nossas prerrogativas. Isso é o que Paulo denomina "obras da lei": "Por isso, nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado" (Romanos
Quando, na caminhada evolutiva, a criatura muito presa aos próprios critérios, incapaz de alongar a visão da mente pelo conhecimento das realidades espirituais já reveladas a nós pelo Evangelho redivivo, se enrijece e começa "[... ] a espancar os criados e criadas, e a comer, e a beber, e a embriagar-se" (LC
Observemos, então, a proposta de Jesus a todos os seus discípulos já visitados por Sua Mensagem, quando adverte: "[... ] e a ninguém saudeis pelo caminho" (LC
Dispostos a subir o monte da elevação, através do conhecimento superior, não podemos parar o passo e adentrar dificuldades cristalizadas, nossas ou dos outros, porque é pela ação consciente e caridosa, num plano maior de percepção da vida, que desativaremos esses nós da evolução pessoal e coletiva. Por isso, Jesus afirmou à mulher siro-fenícia: "Não é bom pegar no pão dos filhos e deitá-lo aos cachorrinhos". Essa mulher, que se afligia pela filha "endemoninhada" segundo a narrativa de Levi, ao chegar, "adorou-o, dizendo: Senhor socorre-me" (MT
Como nossa romagem evolutiva é, em essência, um processo de gravitação em torno dos temas e das pessoas que interessam ao nosso aprendizado, contribuindo, cada elemento ou circunstância, para nosso despertar interior, necessitamos "sentir" o apelo, o momento a condição de realmente atuar com o que temos e como já somos.
Por exemplo, o Evangelho nos fala da "compaixão", que é genuína sensibilização, funcionando por despertamento do amor: "Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele, e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão" (LC
Dizendo que "basta a cada dia o seu mal" (MT
O assunto é tão vigoroso, em termos de qualificação moral discernimento e respeito à ordem divina da vida cósmica, que reproduzimos a anotação de Mateus: "E, vendo a multidão, teve grande compaixão deles, porque andavam desgarrados e errantes como ovelhas que não têm pastor" (MT