A glorificação do "Filho do Homem" resume toda a epopeia de evolução da criatura humana nas bases da Lei revelada no Antigo Testamento.
Em verdade, as operações de sensibilização e despertamento das potências anímicas se dão sob a custódia dos artigos que compõem o "Decálogo" - síntese das operações levadas a efeito nos períodos de primitividade, que antecede a fase de expiações e provas, inaugurada pela consciência moral que os "Dez Mandamentos" da Lei Divina estabelecem no Mundo.
Moisés, a partir das Tábuas da Lei, recebidas no Sinai, legisla, num exercício genuíno de liderança moral, como instrumento dos Espíritos que laboravam o progresso dos povos, inaugurando, na Terra, a "fusão" entre grupos distintos de seres em evolução: os autóctones ou "gentios", desenvolvidos geneticamente na Terra, e os "degredados", oriundos de Capela e assinalados por graves compromissos de ordem moral. Encontramos aí os fundamentos das definições de Paulo, quando assinala a enxertia dos galhos do "zambujeiro" na "oliveira": "Porque, se tu foste cortado do natural zambujeiro e, contra a natureza, enxertado na boa oliveira, quanto mais esses, que são naturais, serão enxertados na sua própria oliveira!" (Romanos
Em sublime conjugação, em que os "superiores" (mais experimentados) têm por dever moral auxiliarem os "inferiores" (calouros ou novatos no plano das experimentações), observamos o projeto sociológico do Orbe mesclando sagacidade e simplicidade, experiência e ingenuidade, liderança e subserviência, domínio e escravidão, tirocínio e passividade...
Não se pode avaliar o contexto terreno sem esse prisma interpretativo, pois, do contrário, a inconformação e a revolta marcarão os passos e as vivências dos homens. Mas ainda isso significa movimento de aprendizado, saturando forças descontroladas, sem diretivas, sem conteúdo inteligente, moral.
O que se leva dos "processos" evolutivos é a consciência desperta desses valores, que funcionam por balizas, a definirem bom senso e sabedoria. São esses os princípios já codificados pelo Evangelho, em aspecto vivencial, especialmente nas ações e reações de Jesus, e também pela Doutrina dos Espíritos, quando, filosoficamente, explora esses conteúdos através de uma síntese conceitual de sublime expressão inteligente.
Temos aí, após milênios de experimentação reencarnatória, o denominado "Filho do Homem", que abarca todas as "probabilidades" existenciais, segundo o padrão terreno. Ele é a síntese, a essência dos processos que antecederam sua projeção. Esse "Filho do Homem" é glorificado pelas obras ("Fora da caridade não há salvação" - O Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo 15). A excelência do Amor é a sua universalização, quando, em espontânea renúncia e profunda humildade, o Bem é a resultante das escolhas individuais, não importando condições ou pessoas envolvidas. Nesse sentido é que o Evangelho de João, no 13 de 31 a 35 (JO
O "Filho do Homem" é a imagem do fiel cumprimento da Lei ("O amor não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o amor" - Romanos