O Evangelho por Dentro

CAPÍTULO 35

PLANO DIVINO



MT 19:6


DE MODO QUE NÃO SÃO MAIS DOIS, MAS UMA ÚNICA CARNE. PORTANTO, O QUE DEUS JUNTOU NO JUGO NÃO SEPARE O HOMEM.

DE MODO QUE NÃO SÃO MAIS DOIS, - No episódio em que Jesus ensina sobre o divórcio (Mt 19:1-9), depreendemos que os vínculos se formalizam por efeito da Lei de Atração e podem estar sujeitos à dissolução, se há DUREZA DE CORAÇÃO, ou seja, indiferença ou descaso para com o projeto da união permanente, por egoísmo ou orgulho (O Evangelho segundo o Espiritismo, Capítulo 22, itens 2:3).

Ampliando, contudo, a significação do casamento entre dois seres e identificando-lhe os fundamentos seletivos e de imantação psíquica, para instauração da responsabilidade nas criaturas (O Livro dos Espíritos, questões 695:696), podemos analisar, filosoficamente, a dualidade que caracteriza a evolução em nosso Planeta: dia e noite, frio e calor, mal e bem, fluxo e refluxo, ativo e passivo et cetera Nessa dinâmica, a essência de tudo se patenteia, de modo que as formas e as condições tendem a desaparecer ou perdem sua importância no processo de evolução das coisas, já que a força do Espírito triunfa, numa síntese de sabedoria e amor.


É desse modo que atingiremos a compreensão da FUSÃO entre elementos da Natureza, dando origem a uma síntese útil e nova, a qual se observa, por exemplo, tanto na formação da água, em que duas moléculas de hidrogênio e uma de oxigênio se ligam, assim como na COMUNHÃO

109 entre seres humanos (Mt 19:5; Gn 1:27; Gn 2:18-24; 1Co 7:2-4).

Mas o assunto guarda sua geratriz no íntimo de cada um de nós: razão e sentimento (O Consolador, questão 198). utilizando as figuras de linguagem do Antigo Testamento, temos por dentro de nós o ADÃO e a EVA, nessa feição de razão que se capacita ao tirocínio, à condução, ao provimento, ao discernimento, e na feição de sentimento, que incorpora a definição do Antigo Livro sobre Eva: A MÃE DE TODOS, pois o sentimento é que gera, em nós, o FILHO DO HOMEM, ou seja, as atitudes e ações renovadas. Por isso, razão e sentimento devem estar associados para que o equilíbrio entre pensar e fazer nos assegure a vitória pessoal nos contextos do plano evolutivo. isso se aplica a todas as experiências da vida: teoria e prática, ideia e ação, plano e execução, anseio e experimentação, fé e obras (Coletânea do Além, Capítulo 48).

É pela associação harmônica de nossos potenciais de alma que atingimos órbitas mais elevadas de concepção e vida interior (Pensamento e Vida, Capítulo 4).

MAS UMA ÚNICA CARNE. - A resultante da associação sem reservas é a unidade. Por isso, as experiências na Terra, sempre em bases de comunhão, desafiam os seres ainda dúbios ou viciosos, pois trazem as marcas do interesse pessoal que gera atritos e divórcios, divisões (O Livro dos Espíritos, questões 913 a 917; Mt 12:25-1Co 3:
6) .

O supremo objetivo das reencarnações é o despertamento da alma, sua educação em bases morais, através de condições e circunstâncias de natureza expiatória e provacional, implantando o que Jesus nos ensinou acerca da Verdade Divina (Mt 5:24-26).

PORTANTO, O QUE DEUS JUNTOU NO JUGO NÃO SEPARE O HOMEM. - Há disposições de trabalho e deveres na existência que 108 obedecem ao plano divino, com o objetivo de nos projetar a evolução no rumo de conquistas maiores e efetivas (O Livro dos Espíritos, questão 196; O Evangelho segundo o Espiritismo, Capítulo 4, item 25; Hb 10:5) .

A quebra de compromissos espirituais, conforme dita a consciência, representa desvio de rota e expõe a criatura a situações expiatórias, que lhe corrigirão o comportamento e que sobre ela agem, segundo a Lei determina, até mesmo por misericórdia do Pai (Gn 4:13-14; Mt 22:12-13).