Religião Cósmica

CAPÍTULO 16

MAGNÍFICA ORDEM UNIVERSAL



(
JO 15:5, Colossenses 1:17, MT 22:37-39, MT 5:44, JO 13:34, Tiago 4:17)

"Através de sublime rede solidária, os Espíritos que avançam pelo beneplácito de outros mais adiantados geram "campos" de trabalho para os que remanescem e anseiam crescer. A natureza de suas emanações mentais diverge dos exercícios embrionários dos habitantes terrenos, porque conscientes de si mesmos em Deus, o Criador, seu pensamento nada tem do fragmentarismo que caracteriza os infantes terráqueos. Por isso acalentam, por suas irradiações — já que imprimem à energia divina uma característica específica —, um contingente de Seres e Princípios, segundo o seu poder de influência e realização pelo Infinito. Dessarte, o Cristo abriga, em sua magnanimidade, todos os que evolvem no planeta de onde vindes, e, não fosse seu Amor incondicional e puro pela Humanidade terreal, atestado em sua vivência junto dos homens, as mentes não teriam rumo efetivo e dormiriam no caos. A Revelação do Amor e da Sabedoria de Deus, operada pelo Guia da Terra, em espírito e verdade, estabelece nas consciências desabrochantes uma Lei inderrogável, por sua natureza divina e irresistível... ".

A ordem da Criação se patenteia cada vez mais que nos projetamos em consciência e comunhão com os valores já revelados ao nosso sensório moral. Um Ser que avança influencia, inderrogavelmente, outros que lhe estão na rota de trabalho e despertamento, conforme Sócrates tão bem expôs na bela síntese com que iniciamos este capítulo. A Lei de Sociedade se efetiva na rede de solidariedade que vincula tudo e todos. É um processo crescente de trabalho, ensaiando a comunhão divina que nos aguarda em Deus, o Pai de todas as cousas. A mente infantil se exercita por suas emissões ainda rudes, e, por esse efeito, os mundos de matéria mais densa se organizam. Os reinos inferiores ao homem no globo são mantidos pelas emissões embrionárias de Princípios e Seres em estágios diversos, mas marcadamente limitados, por ausência de evolução mental mais dilatada. Se as mentes poderosas dos cocriadores em plano maior geram, pelos vórtices energéticos, os "territórios" em que inúmeras criaturas de Deus poderão realizar sua evolução primária ou secundária para a consciência cósmica, essas mesmas criaturas, beneficiadas pelo poder já revelado de seus irmãos mais velhos, fixam, graças às suas características vibracionais rudes, as expressões de matéria que conhecemos no mundo ou inferiores a elas, existentes em outros domínios. Podemos afirmar com segurança que o trabalho de evolução ocorre em dualidade ou em "dois mundos", invariavelmente. Sem balizas morais e vibratórias, Princípio ou Ser algum lograria se ordenar e crescer. A interdependência rege tudo, todos os movimentos do Cosmos. Sem os Princípios 1nteligentes que "sobem" (evolução) através dos reinos naturais ou "descem" (involução) por essas mesmas condições, ou sem os Seres Inteligentes que se equivocam e "caem", mas que têm o dever de "subir" moralmente para Deus, os cocriadores em plano maior - que organizam, pelo seu poder realizador consciente, as estruturas culturais e religiosas, políticas e artísticas, filosóficas e humanitárias de mundos como a Terra, ou que ordenam a formação de outros mundos, inclusive das Estâncias espirituais da Erraticidade - não teriam êxito em suas empresas, pois seu poder mental se mostraria estático, sem o dinamismo que a Lei de Solidariedade estabelece no Universo.

A apreciação lógica e inderrogável desses mecanismos divinos da Vida cósmica nos induz a reconhecer a autoridade de Jesus Cristo, que, desde a formação do orbe, vem orquestrando, com seu poder de consciência e amor, a evolução planetária, em circuitos de trabalho e experimentação que não podem ser catalogados pelo pensamento humano, ainda tão acanhado e restrito. A estrutura moral do Evangelho implanta a ordem magnífica do Amor e da Sabedoria no globo. A prática do Bem, por manifestação do Amor, acima de tudo é respeito a essa ordem divina, inviolável. Quando a Doutrina dos Espíritos afirma que "o fato de não se fazer o bem já é, por isso, fazer o mal", proclama o que se pode depreender, naturalmente, sem dogmatismo, da existência física ou mesmo da vida espiritual, após o desencarne: que o caminho é amar e não há vida sem que o Amor imanente de Deus se revele por seus filhos.

Somos, em analogia, um caudal de forças e possibilidades, mas, sem as margens seguras que Jesus representa para a Humanidade, em razão de sua pureza e pleno domínio da evolução passível de se dar na Terra, a família humana, encarnada e desencarnada, não seguiria para o Oceano Divino a fim de comungar Deus, e seria apenas um alagamento. A disciplina conceitual e moral do Evangelho nos conduz à plenitude da Vida em nosso Pai!