"A suprema Justiça rege todas as vidas que se ensaiam pelo Cosmos, permitindo-lhes as evoluções que lhes sejam pertinentes às emissões embrionárias quando Princípios 1nteligentes e aos pensamentos quando a conquista da razão é o laurel da individualidade. Cada Ser gravita por tempo que desejar nas próprias criações, até que supere suas limitações e integre, de modo crescente, a Verdade que dimana do Criador. A sentença "a cada um segundo suas obras" resume o poder da Divindade, que respeita as escolhas de cada um através da concessão de tempo, permitindo, pelas associações voluntárias e perfeitamente ordenadas por afinidades, a conjugação de mentes e apelos, de elementos ativos e de outros passivos, uns causando, outros colhendo, para equilíbrio de forças em eclosão no Espaço... Mas o amor é a força essencial que a tudo permeia e vitaliza, pois todas as criaturas, por mais obtusas ou desviadas, realizam-se, sem mesmo se dar conta disso, na Força indissociável da Vida, com suas características indevassáveis pela maioria dos que aqui nos encontramos".
Uma síntese desse quilate nos merece considerações enaltecedoras da Misericórdia do Pai em relação a seus filhos. Através de campos gravitacionais que se graduam ao infinito, em laçadas espiraloides que guardam seu fulcro num centro denso e aglutinador das expressões mais rudes e quase impermeáveis, outras laçadas vão se distanciando vibracionalmente desse fulcro primitivista, numa espécie de revisão de conquistas sem vinculação objetiva, e carregando consigo Seres em movimentação ascendente, com perda de "carga psíquica" de menor expressão, para fundamentar as aberturas crescentes pelo Infinito. Essa imagem que sugerimos não está distante do que se pode observar no universo de gravitação microscópico da matéria e igualmente no macrocosmo; por exemplo, a Via Láctea e mesmo o Sistema Solar, em que nos inserimos como família de mundos em torno do Sol...
Essas cocriações rudes e todas as demais que revelam purificação das almas que se valem do Fluido Cósmico para realizarem seus movimentos de descoberta de si próprias e, consequentemente, de seu poder de influência sobre a matéria e de reconhecimento de suas potências intrínsecas são obras relativas e formam as "estradas" ou os "degraus" dos processos evolucionais que enxameiam o Universo. Sempre dissemos em nossas tarefas na vida física, com base no que os Espíritos haviam revelado, que Deus é o Criador, Fonte das Potências Essenciais, mas que os Espíritos é que "fazem" o trabalho coagulador e dinamizador daquelas Potências essenciais de Deus. Analisando as profundas concepções de Sócrates, podemos nos extasiar com a beleza e a infinitude dos mundos siderais ou dos fenômenos que nos permitem a constituição perispiritual e mesmo o corpo físico com sua anatomia complexa e impressionante fisiologia unicista. São fenômenos da "cocriação" levados a efeito pelos filhos do Eterno, mas somente são possíveis em razão de uma Força essencial, inabordável em sua natureza divina, a não ser para os puros Espíritos que comungam o Amor do excelso Pai em realizações por enquanto inimagináveis.
A Justiça Divina, assim, é manifestação da presciência do Supremo Senhor, ensejando tempo e espaço — que são impressões mentais mutantes — aos seus filhos, até que a Força essencial de Deus, nomeada por Amor, se reflita com segurança e sem obstáculos pela mente dos Seres que são embalados por sua Misericórdia e a de seus filhos mais abalizados na evolução, em circuitos de imantação vibratória, para triunfo pessoal e libertação efetiva.
Pergunta-se a todo tempo o que impede a verdadeira derrocada espiritual de um Ser ou mesmo a completa instalação do caos na Criação — e a resposta é clara e evidente no Universo: a Força do Amor que brota do Pai em vagas de Misericórdia, porque silenciosa e humilde, nutre e estimula, restaura e soergue, consola e dispõe, em paciente e inestancável processo de elevação, até a plenitude!