"A Sabedoria é o princípio da genuína consciência. Toda incursão vivencial do indivíduo opera o seu desbravamento interior. Essa chancela emocional, imprescindível para converter ciência especulativa e de mera incursão no Cosmos em domínio científico, padrão consciencial para regimento da vida íntima, se constitui dos valores oriundos da interação criatura e Criador, fazendo surgir os universos que enxameiam de possibilidades e valores os domínios sagrados e essenciais da Mente Divina. Na Terra, a dicotomia bem-mal ainda esgota a fúria dos que se iniciam nas mais elementares percepções da Criação insondável, mas será esse esgotamento mental que implantará efetivamente a era da consciência, com os valores da responsabilidade por margens vigorosas de condução das potências psíquicas de seus habitantes. A uniformização conceitual não mais será o regimen de todos, porque os caminhos, por processos realizadores intrínsecos, são tão diversos quanto diversos são os mundos da Amplidão. A regência cósmica é a do Amor, e esse Amor, mesmo relativo, é o espírito santo que emula toda e qualquer ação que o represente, por inestancável fonte da Imortalidade no Eterno Criador. A Sabedoria, assim, será, invariavelmente, a interpretação essencial da força desse Amor que se estampa em tudo, em variantes imensuráveis, até a suprema comunhão no Divino... ".
Quando pugnamos aí no mundo por uma ética que regule os atos e os movimentos inteligentes de um indivíduo, trabalhamos por uma consciência desperta que assegure visão de conjunto, que seja capaz de harmonizar os interesses coletivos e não se cristalize ou apenas atenda ao interesse pessoal, que é o grande flagelo humano, porque filho dileto do egoísmo. Quanto mais se avança em espiritualidade, mais se apercebe que "forma" nada é, pois o que rege as manifestações dos Seres é o que assinala, em suas almas, os compromissos cármicos ou as aberturas de vida interior, consciencial. Os sacrifícios levados a efeito por alguém que não pensa e não considera apenas e exclusivamente os seus interesses imediatos são lauréis mentais, pois guardam a força vivencial que, habitualmente, apenas se dá a conhecer pelo coração que se lhe submete, em esforço silencioso, doloroso, mas bendito e marcadamente potencial. São os testemunhos de foro íntimo, capazes de guindar uma criatura a condições vibracionais inimagináveis.
No mundo terreno, onde o domínio das massas ainda é expressão obsessiva de líderes encarnados e desencarnados e política de Estado com seus vínculos corporativistas - embora tudo isso funcione por manifestação das expiações individuais e coletivas, com algumas aberturas que já sinalizam novos tempos morais para quem fez por merecer –, observamos os censores oficiais ou voluntários, buscando, conceitualmente e pelos modelos de conduta exigidos, a uniformização de todos. A própria violência, que só existe em razão dos medos, das fobias, nascidos dos complexos de culpa, impõe o jugo que restringe liberdades e sonhos, escravizando mentes e corações para que se saturem e venha o amadurecimento moral, se as revoltas e inconformações não os desviarem dessa "depuração" imposta e definida na Terra pelas escolhas pessoais de cada elemento que por ela se resgata interiormente. Trata-se de um "sistema" resultante da sintonia de grupos, que se efetiva por afinidades consolidadas em escolhas voluntárias, nunca impostas, pois o Criador e Pai jamais estabeleceu esse ou aquele caminho formal para seus filhos, que foram criados por Amor e são embalados por seu eterno Amor.
Sócrates define Sabedoria como a capacidade vivencial de interpretar a verdade do Amor de Deus, em sua expressão inapagável pelo Universo sem fim. Pessoalmente, nunca havia cogitado semelhante conceito, mas ele me sugere as mais inspiradoras emoções e os mais elevados pensamentos. E, quando observo a inquietação comportamental de encarnados e desencarnados no planeta Terra, compreendo o que o Sábio da Espiritualidade quis nos mostrar... Recordei-me incontinenti de Jesus ao afirmar: "Uma árvore boa não produz maus frutos, e uma árvore má não produz frutos bons... ". A grande questão nas relações interpessoais que geralmente denotam o "interesse exclusivo" será identificar se o outro coração opera em pureza de intenções, mesmo que suas manifestações comportamentais não consigam revelar essa pureza, já que existem reservas pessoais oriundas do instinto de conservação. Há pessoas que não conseguem verbalizar intelectualmente o que sentem, mas sentem e vibram. Não podemos julgar, considerando isso, pelos bloqueios e limites verbais de ninguém, mas é possível buscar sentir, por trás da confusão conceitual ou verbal, a vibração daquela alma, pois, evolutindo para a compreensão dessa universalidade da obra criadora, haveremos de respeitar e considerar o modus operandi dos semelhantes, concedendolhes, por amor, a oportunidade de serem e fazerem o que lhes apraz, em Deus!