"Todas as leis descobertas pela ciência dos Seres nos mundos preparatórios de vida inteligente revelam, em essência, as Leis Morais da Vida. Nas expressões interpretativas que os pesquisadores lançam às correntes da cultura de mundos ainda em formação elementar de vida interior, há delineamento intelectual, técnico, tangendo um universo de forças que serão fatalmente reconhecidas em aspecto espiritual. Há precisão milimétrica na posição do Sol em relação a cada mundo que gravita em torno de suas potências — e isso obedece não propriamente a cálculos materiais, ao acaso, ao poder gravitacional, mas a um conjunto de necessidades e de oportunidades que se expressam conjugadas, por emanação coletiva dos desencarnados e dos que tomam um corpo denso nas faixas que se definem por moradas transitórias de almas...
As relações que se entretecem respondem pela força gravítica dominante, pois essas "ilhas" do Infinito são ninhos psíquicos de variada expressão e conteúdo... O moral desses mundos é sempre a resultante das vinculações e das desvinculações, como fluxo e refluxo, qual ocorre ao equilíbrio proposto pelas forças centrípeta e centrífuga em ação ordenada. Esses oceanos psíquicos aclimatam por tempo indeterminado e através de formas e condições mutantes incontáveis Princípios e Seres, todos em exercício franco de desbravamento interior. Se os Princípios representam, em analogia, as células do organismo planetário, dando contorno e identidade a propostas e condicionamentos mentais possíveis ao mundo em que se encontram, os Seres Inteligentes valem-se desses Princípios para se identificarem e se sentirem, como se esses vínculos os desafiassem a se desvincularem através dos sentidos de justiça e bondade associados, apreendidos inteligentemente nessa relação interdependente... ".
A sinfonia que vamos identificando na vida universal é a prerrogativa inviolável do Criador e Pai que, através do Amor sábio e paciente, ambienta e impulsiona o despertamento de todos os seus filhos... Essa magnitude revelada em síntese pelo pensamento cósmico de Sócrates guarda preciosos fundamentos nos estudos doutrinários do Espiritismo. Impressionante como esse conhecimento nos autoriza mentalmente na 5ida Espiritual, após o desencarne. Nada, nenhuma nota da Revelação ou nenhuma digressão interpretativa se perde, pois representam o arrostamento dos terrenos mentais para recepção das sementes divinas, nas concepções mais avançadas sobre tudo o que existe ou que passará a existir para cada um de nós!
Recordando diálogos doutrinários com o amigo Leão Zállio, quando ainda encarnados na Terra, muito me admirei ao ouvirlhe dizer um dia que os Princípios 1nteligentes são espécies de "tachinhas" com as quais conseguimos fixar nossos propósitos evolutivos por algum tempo... Cito o fato por julgá-lo inspiração vigorosa e tão simples do querido amigo de tantos anos.
O tema "vinculação e desvinculação" nos fora muito caro à apreciação intelectual no mundo físico, e o grande expositor do Infinito remonta ao assunto, dando-lhe sublimes contornos. Efetivamente, necessitamos dos "ambientes" para nos situar na 5ida. A Doutrina dos Espíritos resume numa tríade excepcional as potências do Universo: Deus, Espírito e Matéria. Definese no Espiritismo a Matéria como sendo o laço que prende o Espírito e sobre a qual este exerce ao mesmo tempo a sua influência. Vincular é preciso, mas desvincular-se é imperioso. Sempre apreciei no estudo de O Novo Testamento as "entradas" e "saídas" de Jesus em dramas e acontecimentos da sociedade de seu tempo, como incursões necessárias da Grande Luz e do respeito dessa mesma Grande Luz então refletida com segurança às reações cadenciadas dos beneficiários de seu poder...
Essas "enxertias" do melhor no menos bom ou do diferente no habitual estabelecem a "fermentação" psíquica, sempre necessária às transformações que graduam, que tornam mais complexa e mais profunda a vida interior dos envolvidos. Vincular é uma ciência, e desvincular-se é uma virtude. Ambas pedem senso, embora também ocorram por instinto, mas o instinto, por si, já define os limites necessários ao bom proveito da experiência. Devemos considerar que o homem inteligente e relativamente moralizado, naquele aspecto de sensibilização interior, por conscientização, é convocado a reger, a administrar seus apetites e seus desejos, contendo-os quando ameaçam a sua ou a estabilidade dos semelhantes, para que a Justiça impere no processo e a bondade desarticule notas enfermiças e obsidentes das paixões.