Deixa que a compaixão te aclare os olhos e lubrifique os ouvidos, a fim de que possas ver e escutar em louvor do bem.
Quantas vezes geramos complicações e agravamos problemas, unicamente pelo fato de exigir dos outros aquilo de santo ou de heroico que ainda não conseguimos fazer!
À frente das incompreensões ou perturbações do cotidiano, procuremos reagir como estimaríamos que os demais reagissem, se as dificuldades fossem nossas.
A Terra está repleta dos que censuram e acusam. Amparemo-nos mutuamente.
Às vezes, pronuncias palavras menos felizes, nas horas de irritação ou desânimo, que apreciarias reaver a fim de inutilizá-las, se isso fosse possível, e agradeces a bondade do ouvinte que se dispõe a atirá-las no cesto do esquecimento. Por que não agir, de modo análogo, quando registras o comentário de ordem negativa, partido de alguém, no clima do desespero?
Nos atos injustos, nas decisões impensadas ou nos erros que perpetramos, somos gratos à misericórdia daqueles que nos acolhem com brandura e entendimento, extinguindo no silêncio os resultados de nossas faltas involuntárias. Como não esposar norma idêntica, quando algum de nossos irmãos escorregava na sombra?
Proclamamos a necessidade do progresso da alma, afirmamos o impositivo de nosso próprio aperfeiçoamento… Iniciemos esse esforço meritório a favor de nós, reconhecendo que os outros carregam provações e fraquezas semelhantes às nossas, quando não sejam problemas e obstáculos muito mais aflitivos.
Admiremos nossos companheiros quando se aplicarem ao bem ou quando se harmonizarem com o bem; entretanto, sempre que resvalarem no mal, busquemos tratá-los na base do amor que declaramos cultivar com Jesus, de vez que todo investimento de tolerância que fizermos hoje, em benefício do próximo, no crediário da vida, ser-nos-á amanhã precioso depósito que poderemos sacar no socorro àqueles a quem mais amamos, ou mesmo em nosso auxílio.