Trabalhar com Jesus, na restauração da fé viva entre os homens, é a grande tarefa do momento, a que os discípulos sinceros do Evangelho não podem fugir.
Enquanto ruge a tempestade política, no céu ensombrado das nações, reúnem-se homens de boa vontade cogitando da próxima recomposição de valores do mundo.
Estudam-se fórmulas de acordo internacional, traçam-se novas diretrizes econômicas face ao reajustamento renovador.
A ordem mundial, entretanto, não pode prescindir das bases religiosas, porque nenhuma realização, puramente terrestre, pode saciar, na criatura, a sede inata do Infinito.
Usufrutuário da Casa Divina, o homem, em todas as condições de existência e em todos os degraus evolutivos, experimenta a necessidade de Deus, no clima do sentimento.
A política pode realizar prodígios de técnica administrativa, a ciência conseguirá sempre os mais altos primores intelectuais, a filosofia, sem dúvida, possibilitará voos maravilhosos do pensamento, nos domínios da especulação metafísica, todavia, sem as bases religiosas da fé, não passam de servas transitórias da civilização, igualmente em trânsito, nos círculos evolutivos, sem realidade efetiva para o homem — Espírito imortal, a caminho de gloriosa destinação.
Os templos, porém — objetar-se-á — permanecem feridos pelas bombas destruidoras, repletos de ídolos quebrados ou reclamando pastores, esquecidos de si mesmos, nas divagações teológicas ou distraídos do Reino de Deus, em luta franca pela dominação efêmera no mundo.
Existe, todavia — responderemos — a instituição universal da fé, sediada no templo vivo dos corações. Não é um mito, nem se reduz à mera afirmação verbalística dos crentes. Foi essa fé, acesa por Jesus, no terreno da alma, que se espalhou pela Terra desde o primeiro instante do Cristianismo Redentor.
Resplandeceu na manjedoura humilde, brilhou na Galileia, tornou-se ainda mais viva no Gólgota, iluminou os cristãos no martirológio dos circos, resistiu às trevas da idade medieval, atravessou os séculos, superior às igrejas de pedra, aos cetros da tirania e aos excessos do sectarismo, e brilha ainda hoje, mais sublime que nunca, para a humanidade do vigésimo século, indicando-lhe o caminho a seguir, para as edificações da Nova Era.
É para o estabelecimento de seu império, no campo dos sentimentos que as vozes da Espiritualidade se fazem ouvir, agora, mais intensamente no mundo.
Abrem-se os pórticos obscuros da morte e novas mensagens de esperança reconfortam a humanidade sofredora e faminta do Pão Celestial.
É a restauração da confiança divina no espírito humano, a projeção da Luz Eterna de Deus sobre as trevas efêmeras do Eu.
Em todos os setores de serviço terreno, ouve-se a verdade conclamando os homens à vitória da Vida Eterna!
A existência terrestre é apenas um curso breve de aprendizagem.
A responsabilidade individual é condição comum a todos os filhos da Terra.
Cada qual responderá por si próprio, criando seus paraísos ou seus sofrimentos purgatoriais. O corpo é o instrumento sublime, a luta é a necessidade imperiosa, a dor é o crisol de purificação, a experiência é o patrimônio bendito do futuro.
A morte é pura transformação.
Herdeiros da imortalidade, seguiremos, sob as bênçãos do Pai, rumo ao porvir!
Cristianismo Redivivo, em movimento libertador das consciências, o Espiritismo desempenha divina missão na atualidade.
Continuemos, pois, trabalhando a serviço de sua extensão, no campo da prática mais pura. Não nos doa a incompreensão da frivolidade, nem nos fira o espinho da ignorância.
Interessados em realizações mais altas, nosso plano de ação não descansa em glórias literárias, nem se desdobra ao longo da vaidade e do fanatismo.
Trabalhadores da fé viva, cooperemos na solução da ansiedade mundial por uma Terra melhor, habitada por humanidade verdadeiramente humana.
O Evangelho palpitante de vida é o nosso roteiro.
Boa vontade sincera é o nosso lema.
Serviço cristão é o nosso programa de cada dia.
Desse modo, portanto, prossigamos avante na reedificação do Templo Espiritual da crença, unindo as nossas esperanças em Cristo, rumo ao futuro glorioso, para a vitória da união de todas as atividades edificantes da fé com um só Senhor. (Jo