“… Ai de mim se não pregar o Evangelho!” — PAULO (1co
Às vezes fugimos ao serviço evangélico, justificando a omissão com os defeitos que ainda nos caracterizam.
Dizemo-nos demasiado fracos para cooperar com a beneficência e desertamos do contato com os irmãos em penúria…
Afirmamo-nos inábeis e recusamos encargos honrosos que se nos confiam…
Proclamamo-nos rudes em excesso e rejeitamos a possibilidade de cooperar no ensinamento edificante…
Asseveramo-nos na posição de Espíritos endividados e fantasiamos incapacidade para o cultivo da fé…
Entretanto, é grande contrassenso semelhante norma de proceder. Se a criatura humana surgisse instruída no berço, para que a escola na Terra?
Jesus transmitiu as revelações e lições do Evangelho a homens e mulheres débeis, infelizes, revoltados, obsessos, inibidos, ignorantes, desanimados, doentes. Ele próprio declarou não ter vindo ao mundo para curar os sãos. (Mt
Evitemos escapatórias diante da construção do bem, que é dever nosso.
A obra de evangelização e, notadamente, a que Jesus nos concede na seara luminosa da Doutrina Espírita, é oportunidade rara de serviço, melhoria, aprimoramento e felicidade, cujo valor não sabemos ainda apreciar.
Recordemos Paulo de Tarso.
Ele, o apóstolo que recolheu apelos diretos do Cristo à sementeira de luz, foi positivo ao confessar: “Ai de mim se não pregar o Evangelho!”
E nós, em lhe meditando o exemplo, podemos reconhecer que se não aproveitarmos os recursos de trabalho que o Espiritismo nos oferece, permaneceremos na inferioridade em que temos vivido até hoje, se não descambarmos para coisa pior.
(Reformador, julho 1965, página 148)