“Mas pela graça de Deus sou o que sou…” — PAULO (1co
Ninguém nos desconhece a inferioridade de Espíritos ainda vinculados aos processos evolutivos da Terra, sempre que tenhamos as nossas condições imperfeitas confrontadas com as qualidades sublimes que imaginamos nas entidades angélicas.
Não nos é lícito, porém, negar os recursos de aperfeiçoamento que já nos felicitam. Somos incipientes no trato dos conhecimentos superiores, mas já estamos instruídos quanto à necessidade de adquiri-los.
Achamo-nos empenhados a débitos enormes, diante de muitas existências transcorridas no erro; no entanto, já sabemos que, se formos leais ao cumprimento dos deveres que o resgate nos impõe, é possível atenuar muitas dificuldades e transpor vitoriosamente as barreiras que nos separam da vitória sobre nós mesmos.
Experimentamos tentações escabrosas, segundo as falhas que ainda nos marcam a posição; todavia, não ignoramos que triunfaremos sobre todos os alvitres da sombra, desde que estejamos atentos aos impositivos do serviço e da vigilância.
Percebemos as fragilidades que nos assinalam a existência para o levantamento de construções morais nos domínios da virtude; entretanto, dispomos das mais nobres instruções para guiar-nos no caminho da elevação.
Melhoremo-nos, melhorando a vida.
Aprendamos para ensinar.
Impossível ocultar as deficiências de que somos ainda portadores; conquanto isso, podemos parafrasear Paulo de Tarso, asseverando: dentre os Espíritos devedores e imperfeitos, reconhecemos estar em meio dos mais necessitados de regeneração e ensinamento, mas pela graça de Deus já somos o que somos.
(Reformador, julho 1965, página 148)