Benção de Paz

Capítulo XLI

Na seara espírita

Ora, vós sois do Cristo e individualmente, membros desse corpo. Paulo. (I Coríntios. 12 :27 .)

“Ora, vós sois do Cristo e, individualmente, membros desse corpo.” — PAULO (1co 12:27)


Em Doutrina Espírita é indispensável nos convençamos definitivamente — todos nós, os seus cultivadores — de que não fomos chamados às construções de espiritualidade para desempenhar a mera função de espectadores.

Jamais escorarmo-nos na ideia de imperfeição pessoal para demitir-nos do trabalho a fazer.

Observar que as edificações do bem comum, acima de tudo, pertencem a nós que lhes percebemos a urgência e a necessidade, e não a outros que ainda não despertaram, em espírito, para considerar-lhes a importância.

Não nos queixarmos da falta de orientação no dever a cumprir, porquanto estamos informados com respeito às atitudes que nos competem na esfera da consciência.

Não transferir aos amigos, sejam quais forem, a culpa de nossos fracassos ou qualquer das obrigações que a vida nos atribui.

Olvidar a sensibilidade ferida e atuar incessantemente para que se realize o bem de todos.

Fugirmos de contendas em torno de problemas doutrinários acessórios, mas sustentar o conceito criterioso e sereno na preservação dos valores essenciais.

Estimar a posição de todos os companheiros no degrau em que se colocam, sem desprezar a nenhum.

Cientificarmo-nos de que o conselho bom, sem o bom exemplo, é comparável a promissória sem crédito a caminho de protesto nos tribunais da vida por falta de pagamento.

Erguer o esforço da ação construtiva ao nível de nossa responsabilidade, identificável na altura de nossa palavra edificante.

Acatar as experiências alheias e aproveitá-las.

Resistirmos à influência do mal sem render-nos à falsa suposição de que não podemos abolir ou diminuir o quadro das provações necessárias.

Nunca vivermos tão profundamente mergulhados nos grandes ideais que não encontremos tempo para as demonstrações pequeninas de entendimento e de afeto.

Equilibrarmos os recursos da existência, de modo que não sejamos pesados à coletividade a que se vincula a nossa cooperação.

Recusar privilégios.

Reconhecermos que, se a Doutrina Espírita nos serve e auxilia de inúmeros modos, é natural que ela chegue até nós esperando venhamos a conhecer e a praticar a nossa obrigação de auxiliar e servir.




(Reformador, fevereiro 1967, página 26)