“… Assim também andemos nós em novidade de vida.” — PAULO (Rm
Criaturas existem que se confessam dedicadas ao espírito de mudança que a vida exige de cada um, e tão somente por se referirem a isso alteram obrigações assumidas, logo ao se sentirem incomodadas por singelos motivos de feição pessoal.
Mal começam ação determinada, ou em meio da empresa edificante a que se consagraram, se experimentam o impacto de pequeninos contratempos, asseveram que é preciso mudar para progredir, relegando a outrem problemas e encargos que lhes competem.
Semelhante atitude, porém, resulta simplesmente de insatisfação e imaturidade.
Renovação não é alterar o caminho, porque estejamos sob as consequências de ajustes e decisões abraçados por nós mesmos, com vistas à nossa melhoria espiritual; muito mais que isso, é aceitar varonilmente as ocorrências adversas, os golpes da estrada, os desafios da prova e as crises da existência, incluindo as mudanças a que penúria, abandono, enfermidade ou desencarnação nos constranjam, procurando servir mais e melhor no plano de evolução e trabalho em que a Providência Divina nos colocou.
Transformação permanente por dentro, metamorfose da alma que encerra consigo bastante poder para transfigurar dificuldade em lição e sombra em luz.
Paulo de Tarso, que tanta vez nos impele à renovação, converteu cada dia em trilha mais alta de acesso à confiança no Senhor e ao serviço em favor do próximo, sem renunciar aos sacrifícios pessoais que a obra esposada lhe impunha.
Reformemos sentimento, ideia, observação, expressão e discernimento, descerrando portas e janelas sempre novas em nosso mundo íntimo, para que a vida nos acrescente os recursos de conhecimento, receptividade, visão e interpretação — mas sejamos fiéis aos nossos compromissos até ao fim.
(Reformador, janeiro 1965, página 2)