A caridade jamais acaba. — PAULO (1co
Mais atenção para os fenômenos da vida e verificaremos a instabilidade de todos os processos de aperfeiçoamento a que se lhe atrela o carro evolutivo, com exceção do amor que lhe sustenta as bases eternas.
Muitas vezes afligem-se os cultivadores da fé perante os exotismos que surgem nos caminhos do povo, nos tempos de mais intensiva renovação.
Obviamente é preciso guardar a chama da confiança em Deus, com absoluta fidelidade às leis do Bem Eterno, a cavaleiro de quaisquer extravagâncias que alguém nos queira impingir; todavia, com a nossa lealdade ao Senhor é forçoso não conturbar a nossa tarefa com receios pueris.
A caridade jamais acaba… asseverou o apóstolo Paulo, guiado pela Inspiração Divina.
Remontemos ao passado e observaremos, com apoio na História, que as definições propriamente humanas sofrem transformações incessantes.
Leis terrestres, com raras exceções, são muito diferentes de século para século.
A Ciência é sempre clara no propósito de acertar, mas é um quadro de afirmações provisórias, lidando incessantemente a caminho de mais amplos contatos com os princípios que regem as atividades do Universo.
A cultura intelectual assemelha-se a largo movimento de ideias que procura esquecer a maior parte das concepções que valorizava ontem, para lembrar o que precisa estudar hoje, de modo a atingir o que deve ser amanhã.
A arte modifica-se de época para época.
Progresso, na essência, é mudança com alicerces na experimentação.
Tudo, na superfície da vida, é transformação permanente, mas por dentro dela vige o amor invariável.
Não te assustes, assim, diante das inovações que caracterizam o espírito humano, insatisfeito e irrequieto, até que obtenha a madureza necessária à frente do Mundo e do Universo.
Cultiva o amor que constrói e ilumina, na esfera de cada um de nós, para a imortalidade, de vez que, enquanto aparecem e desaparecem as inquietações humanas, a caridade jamais acaba.
(Reformador, setembro 1967, página 196)