Recordemos a paciência do Cristo para exercer no próprio caminho a compreensão e a serenidade.
Retornando, depois do túmulo, aos companheiros assustadiços, não perde tempo com qualquer observação aflitiva ou desnecessária.
Não rememora os sucessos amargos que lhe precederam a flagelação no madeiro [afrontoso].
Não se reporta a leviandade do discípulo invigilante que o entregara à prisão, osculando-lhe a face.
Não comenta as vacilações de Pedro na extrema hora.
Não solicita os nomes de quantos acordaram em Judas a febre da cobiça e a fome de poder.
Não faz qualquer alusão aos beneficiários sem memória que Lhe desconheceram o apostolado, ante a hora da cruz.
Não recorda os impropérios que lhe foram atirados em rosto.
Não se refere aos caluniadores que lhe escarneceram o amor e o sacrifício.
Não reclama reconsiderações da justiça.
Não busca identificar quem lhe impusera às mãos uma cana à guisa de cetro.
Não se lembra da turba que lhe ofertara vinagre à boca sedenta e pancadas à fronte que os espinhos dilaceravam.
Ressurgindo da sombra, afirma apenas, valoroso e sem mágoa: — “Eis que estarei convosco até o fim dos séculos…” (Mt
E prosseguiu trabalhando…
Esse foi o gesto do Cristo de Deus que transitou na Terra, sem dívidas e sem máculas.
Relembremos, [assim, nosso] o próprio dever, à frente das pedradas que nos firam a rota, a fim de que a paciência nos ensine a esperar a passagem das horas, porquanto cada dia nos traz, a cada um, diferentes lições.
Essa mensagem, diferindo nas palavras marcadas e [entre colchetes] foi publicada em outubro de 1958 pela FEB no Reformador e é também a 400ª lição do 1º volume do livro “”