Agora e o Tempo

Capítulo XXIX

Uma pergunta simples



O discípulo solicitara ao orientador algo falasse, acerca da vontade e o amigo esclareceu, sorrindo:

— Não precisamos de longas digressões. Basta lhe diga que, há dias, fui chamado com urgência para cooperar na extinção de um incêndio que ameaçava muitas vidas.

Atingimos o lugar que inspirava compaixão.

As chamas devoravam grande construção.

Turmas socorristas do Plano Espiritual se uniram aos bombeiros presentes e todos os moradores foram colocados fora de perigo.

Restava o prédio.

Paredes ruíam e as estruturas de madeira alimentavam o fogo implacável.

Vimos a destruição de preciosas peças de arte.

Cortinas e tapetes raros desapareciam aos nossos olhos.

Pertences de valor se convertiam em cinza.

O telhado desabou para consumir-se num lago de labaredas.

Entretanto, os homens de serviço ali congregados eram dos mais competentes. Todo um sistema de socorro jazia ali aparelhado, pronto a funcionar. Mangueiras enormes foram inteligentemente assestadas contra o fogaréu. Mas no instante da ação, faltava água.

Claro seja desnecessário dizer que o prédio foi destruído.

Em seguida, o mentor rematou:

— Aí está o símbolo da vontade. Temos milhares de irmãos equipados com todos os recursos culturais para se defenderem da delinquência, do desequilíbrio, da irritação e do desânimo…

E, sorrindo, terminou a lição com uma pergunta simples:

— Mas se não usam a própria vontade, o que se há de fazer?