Ouvem-se as opiniões mais disparatadas no que concerne ao perdão e à tolerância de Deus.
Aprendizes levianos, a todo instante, referem-se ao problema, com mais infantilidade que espírito de observação e obediência.
São raros os que se compenetram da magnitude do assunto.
O perdão divino jamais será entendido no quadro da preguiça, do egoísmo pessoal ou da inconstância da criatura.
As palavras do Mestre, na cruz, oferecem um roteiro de pensamentos profundos, nesse sentido: “Perdoa-lhes, meu Pai, porque não sabem o que fazem”, representa uma sentença básica da responsabilidade que o assunto envolve em si mesmo.
Num momento, qual o do Calvário, em que a dor se lhe impunha ao Espírito Divino, Jesus roga o perdão de Deus para as criaturas, mas não esquece de assinalar o porquê de Sua solicitação.
Seu motivo profundo era o da ignorância em que os homens se mergulhavam.
O Mestre compreendia que não se deve invocar a tolerância de Deus sem razão justa, como nunca se abusa de um Pai abnegado e carinhoso.
Tornava-se preciso explicar que o drama do Gólgota era forma de animalidade de quantos o rodeavam.
E a expressão do Cristo foi guardada no Evangelho, a fim de que todos os aprendizes venham a compreender que tolerância e perdão de Deus não são forças que se reclamem a esmo.