Assim Vencerás

Capítulo XVII

Não violentes



A violência, é sempre o mal em ação, ainda mesmo quando pareça construir um atalho para o bem.

Enquanto o Sol, sem palavras, consegue inspirar confiança ao viajor, o vento ruidoso e forte, provoca medo e reação por onde passa.

A propósito de auxiliar não violentes a ninguém.

Usa a energia bondosa, como quem sabe que o buril há de ser firme para subtrair a estátua primorosa ao mármore selvagem, mas abstém-te da brutalidade que, à força de desferir golpes indiscriminados, converte a pedra valiosa em estilhaços inúteis.

Não exigirás que a plantinha frágil de hoje te enriqueça os celeiros num milagre de produção, que só o pomar amadurecido consegue realizar.

Não pedirás ao botão entreaberto o prodígio da rosa que só amanhã desabrochará plena de cor e perfume.

O tempo é condição inalienável para todas as realizações.

Aprende a respeitar o próximo na insipiência de cultura ou de aperfeiçoamento, nos defeitos nas falhas com que ainda se te apresenta aos olhos, se desejas realmente cooperar na extensão do bem.

Se sabes ver a imperfeição dos outros, se alcançaste um degrau à frente do companheiro, se contas com mais amplas oportunidades de fazer, estudar, compreender e prosperar, não olvides que a superioridade significa dever de servir e estende mãos fraternas aos que te seguem na retaguarda.

Não acuses, não reclames, não dilaceres.

Se já sabes entender, ama e auxilia sempre.

Recorda que Jesus jamais nos violentou nos dias de nossa ignorância maior e, esquecendo o da reprovação, usa a paciência e a bondade, as duas chaves do amor que nos descerrarão nova luz nos horizontes da Vida Imperecível.